Introdução
O
desenvolvimento do sujeito processa-se numa sequência invariante conflitual
para padrões qualitativamente diferentes, de complexidade cognitiva crescente,
que se manifestam na forma de compreender e agir sobre a realidade,
transformando-a e transformando-se.
A Escola e a Família
A educação começa dentro de casa. Quando os pais
estimulam o aprendizado e participam da vida escolar dos filhos, as crianças se
sentem mais à vontade, obtêm notas melhores e podem se tornar mais facilmente
cidadãs críticas capazes de enfrentar diversas situações.
A relação
escola-família é uma relação conflitual entre a cultura escolar (urbana,
teórica, classe média) e a cultura do contexto sociocultural dos alunos
(cultura local e idiossincrática).
A cultura
escolar privilegia as famílias de cultura congénere (cultura socialmente
dominante), podendo emergir um conflitointercultural. A melhor forma de
resolução é proporcionar uma participação activa Escola, como membro da
comunidade educativa. A escola terá de respeitar e incorporar diferentes
culturas.
A escola continua
a ser um instrumento poderoso na manutenção de desigualdades sociais, porque a
realidade da escola nada tem a ver com determinadas realidades sociais.
A família e a
escola formam uma equipe. É fundamental que ambas sigam os mesmos princípios e
critérios, bem como a mesma direcção em relação aos objectivos que desejam
atingir.
Ressalta-se que
mesmo tendo objectivos em comum, cada uma deve fazer sua parte para que atinja
o caminho do sucesso, que visa conduzir crianças e jovens a um futuro melhor.
O ideal é que
família e escola tracem as mesmas metas de forma simultânea, propiciando ao
aluno uma segurança na aprendizagem de forma que venha criar cidadãos críticos
capazes de enfrentar a complexidade de situações que surgem na sociedade.
Existem diversas
contribuições que tanto a família quanto a escola podem oferecer, propiciando o
desenvolvimento pleno respectivamente dos seus filhos e dos seus alunos. Alguns
critérios devem ser considerados como prioridade para ambas as partes:
Ø
Família;
Ø
Escola.
Como sugestões
seguem abaixo algumas delas:
Família
Ø Seleccionar a escola baseado em critérios que lhe
garanta a confiança da forma como a escola procede diante de situações
importantes;
Ø Dialogar com o filho o conteúdo que está vivenciando
na escola;
Ø Cumprir as regras estabelecidas pela escola de forma
consciente e espontânea;
Ø Deixar o filho a resolver por si só determinados
problemas que venham a surgir no ambiente escolar, em especial na questão de
socialização;
Ø Valorizar o contacto com a escola, principalmente nas
reuniões e entrega de resultados, podendo se informar das dificuldades
apresentadas pelo seu filho, bem como seu desempenho.
Escola
Ø Cumprir a proposta pedagógica apresentada para os
pais, sendo coerente nos procedimentos e atitudes do dia-a-dia;
Ø Propiciar ao aluno liberdade para manifestar-se na
comunidade escolar, de forma que seja considerado como elemento principal do
processo educativo;
Ø Receber os pais com prazer, marcando reuniões
periódicas, esclarecendo o desempenho do aluno e principalmente exercendo o
papel de orientadora mediante as possíveis situações que possam vir a
necessitar de ajuda;
Ø Abrir as portas da escola para os pais, fazendo com
que eles se sintam à vontade para participar de actividades culturais,
esportivas, entre outras que a escola oferecer, aproximando o contacto entre
família-escola;
Ø É de extrema importância que a escola mantenha
professores e recursos actualizados, propiciando uma boa administração de forma
que ofereça um ensino de qualidade para seus alunos.
A parceria da família com a escola sempre será fundamental para o sucesso da
educação de todo indivíduo. Portanto, pais e educadores necessitam ser grandes
e fiéis companheiros nessa nobre caminhada da formação educacional do ser
humano.
É sabido que o
desempenho escolar individual de cada aluno depende não apenas do seu
rendimento em sala de aula e da competência de seus professores, mas também, do
apoio da base familiar que este aluno encontra em sua casa.
A relação entre família
e estudos e, principalmente, a maneira como a família de cada aluno se comporta
em relação ao seu desempenho escolar, influencia os resultados obtidos por
crianças e adolescentes, independente de classe social.
Uma base sólida, com
pais que se interessam e, até mesmo, ajudam na execução das tarefas escolares
faz com que este aluno renda mais em todos os âmbitos de sua carreira escolar.
Não basta apenas que os
pais se preocupem e estejam presentes nas horas de estudos - eles devem também
ter a capacidade de percepção para notar quando seu filho não está
desempenhando adequadamente em alguma matéria e buscar soluções: seja
ajudando-os a estudar, ou mesmo contratando professores particulares para que
estas carências sejam supridas.
Estas atitudes, no
entanto, podem ser difíceis, dependendo do status social da família: nem sempre
é possível que os pais tenham tempo disponível para entender e ajudar em todos
os problemas que seu filho esteja encontrando na escola. Entretanto, isso pode
ser remediado, se os pais demonstrarem interesse em todas as tarefas realizadas
por suas crianças ou adolescentes.
É imprescindível
para o sucesso escolar que a criança note que seus pais buscam motivá-lo para
obter este sucesso; de certa forma, os pais são a força motriz para o estudo
das crianças, e seu bom desempenho.
Quando a família e a escola mantêm boas relações, as
condições para um melhor aprendizado e desenvolvimento da criança podem ser maximizadas.
Assim, pais e professores devem ser estimulados a
discutirem e buscarem estratégias conjuntas e específicas ao seu papel, que
resultem em novas opções e condições de ajuda mútua.
O envolvimento dos pais com a escola é essencial para
a aprendizagem de sucesso dos alunos. Não basta que os pais saibam que o filho
vai a todas as aulas e realiza as tarefas, eles precisam ter interesse no que
cada tarefa consiste, e mostrar que estarão ali, apoiando a criança ou
adolescente, independente de seu desempenho.
Até onde ir
O grande problema nesta questão, no entanto, é saber a
medida exacta com que os pais devem, de fato, se envolver: a criança deve saber
que pode contar com os adultos responsáveis em sua vida para ajudá-la, mas
jamais para assumir suas responsabilidades.
A problemática deste envolvimento são os pais que, por
exemplo, executam as tarefas para os filhos (resolvem seus deveres de casa,
pesquisam seus trabalhos para entregar) ou, quando estes falham em executá-las,
procuram o professor para tratar do assunto, ao invés de deixar a criança
assumir a responsabilidade pelos seus actos - como no clássico caso de um aluno
terminar o ano com notas baixas e o professor ser inquirido a respeito, como se
decidisse as notas arbitrariamente, e estas não fossem resultado do esforço e
da dedicação do aluno.
Este tipo de envolvimento dos pais é prejudicial,
tanto no âmbito escolar - já que a criança não estará realmente aprendendo o
que a tarefa objectivava -, como no campo pessoal - uma vez que o aluno não
perceberá que suas acções têm consequências.
Segundo Epstein, há cinco tipos de envolvimento da
família com a escola. O Tipo 1 são as obrigações essenciais dos pais, como
oferecer apoio para seu desenvolvimento escolar, e auxílio quando possível nas
tarefas mais difíceis, que a criança possa não conseguir superar sozinha. O
Tipo 2 são as obrigações essenciais da escola, como oferecer diferentes métodos
de explicações e ensino, até que o aluno consiga absorver o que necessita
aprender de maneira adequada, sem que se sinta desvalorizado ou incapaz. Além
disso, entre as obrigações da escola está a de abrir espaço para que os pais
exponham também as suas opiniões e impressões sobre o desenvolvimento do
currículo escolar.
O Tipo 3 é o envolvimento dos pais em actividades de
colaboração na escola; por exemplo, envolver-se em feiras, festas, exposições,
reuniões e eventos escolares. O Tipo 4 é caracterizado pelo envolvimento dos
pais em actividades que afectam a aprendizagem e o aproveitamento escolar em
casa, ou seja, o auxílio que os pais prestam aos seus filhos na hora de
desempenharem tarefas longe da escola, seja actuando como monitores, tutores ou
mediadores do conhecimento, buscando, ou não, auxílio nos professores.
O Tipo 5 é o
envolvimento dos pais no projecto político da escola, mostrando interesse nos
projectos desenvolvidos por esta, e activamente participando nas decisões e
escolhas destes projectos, e da actuação da escola na região em que está
inserida.
Em síntese, os pais devem participar activamente da
educação de seus filhos, tanto em casa quanto na escola, e devem envolver-se
nas tomadas de decisão e em actividades voluntárias, sejam esporádicas ou
permanentes, dependendo de sua disponibilidade.
No entanto, cada escola, em conjunto com os pais, deve
encontrar formas peculiares de relacionamento que sejam compatíveis com a
realidade de pais, professores, alunos e direcção, a fim de tornar este espaço
físico e psicológico um factor de crescimento e de real envolvimento entre
todos os segmentos.
Aproximação da família
Caso a família esteja distante, a escola deve procurar
soluções para a aproximação. Hoje em dia algumas famílias se distanciaram um
pouco por acreditarem que a escola é responsável. Então são necessáriasalgumas
acções para diminuir isso. As soluções
encontradas são as reuniões entre pais e professores e palestras sobre
educação dos alunos.
Dicas
Existem diversas contribuições que a família e a
escola podem oferecer a fim de propiciar o desenvolvimento pleno dos
filhos/alunos. Alguns critérios devem ser considerados como prioridade para as
duas partes.
Pais
Ø Dialogar com o filho o conteúdo que
está vivenciando na escola;
Ø Cumprir as regras estabelecidas pela
escola de forma consciente e espontânea;
Ø Deixar o filho a resolver por si só
determinados problemas que venham a surgir no ambiente escolar, em especial na
questão de socialização;
Ø Valorizar o contacto com a escola,
principalmente nas reuniões e entrega de resultados, podendo se informar das
dificuldades apresentadas pelo seu filho, bem como seu desempenho.
Escola
Ø Cumprir a proposta pedagógica
apresentada para os pais;
Ø Propiciar ao aluno liberdade para
manifestar-se na comunidade escolar;
Ø Receber os pais com prazer, marcando
reuniões periódicas, esclarecendo o desempenho do aluno e principalmente
exercendo o papel de orientadora mediante as possíveis situações que possam vir
a necessitar de ajuda.
Conclusão
É possível, enfim, concluir que a participação dos
pais na carreira escolar de crianças e adolescentes é, sim, imprescindível;
mas, ao mesmo tempo, é necessário que este envolvimento seja um envolvimento de
qualidade - ressaltando que o essencial é a qualidade do tempo em que os pais
se envolvem com a escola e não apenas a quantidade de tempo em que eles fazem
isso. Um envolvimento saudável é o que causa o sucesso escolar do aluno.
Bibliografia
POLONIA, Ana Costa; DESSEN, Maria Auxiliadora.
Relações Família e Escola.
Disponívelem:http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/6226/1/ARTIGO_
BuscaCompreensaoRelacoesFamiliascola.pf
CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de. Relações entre
família e escola e suas implicações de género.