quarta-feira, 30 de abril de 2014

Aplicação dos ultra-sons em diagnósticos e terapia / Ecografia



Introdução

      Este trabalho foi elaborado com o objectivo principal de nos ajudar a saber mais acerca da aplicação dos ultra-sons em diagnósticos e terapia, tema este que será o objecto principal de estudo deste trabalho, onde iremos falar também do efeito Doppler e sua aplicação na medicina.

















Aplicação dos ultra-sons em diagnósticos e terapia
      Em fisioterapia e/ou medicina as ondas sonoras, utilizadas para terapêutica e diagnostico, são gerados através de instrumentos chamados transdutores. Por terapia ultra-sônica entende- se: tratamento mediante vibrações mecânicas com uma freqüência superior a 20.000Hz. As freqüências do ultra-som usadas terapeuticamente pode oscilar entre 0,7MHz e 3MHz.

      A propagação da energia ultra-sónica nos tecidos depende principalmente de dois fatores: características de absorção do meio biológico e reflexão da energia ultra-sonica nas interfaces teciduais. A velocidade de propagação da onda ultra-sonica é maior nos meios onde há maior agregação molecular, ou seja, onde as moléculas estão mais próximas umas das outras. Assim, o som se propaga mais rápido nos sólidos do que nos líquidos e gasosos. As ondas sonoras na faixa de 1MHz se propagam nos tecidos moles com uma velocidade de 1540m/s e pelo osso compacto com 4000m/s.

      Nos tecidos orgânicos, a velocidade de propagação do ultra-som pode variar de acordo com as características do tecido, ou seja, se propaga mais rápido no tecido ósseo do que no músculo.

      A impedância acústica pode ser caracterizada pela resistência oferecida pelos tecidos à passagem das ondas ultra-sonoras. Cada tecido tem uma impedância diferente. Quanto maior for a agregação molecular, maior será a impedância acústica. Nos meios de maior agregação molecular ocorre maior interação das ondas sonoras com a estrutura molecular do meio, fazendo que sejam mais absorvidas, diminuindo a energia sonora e caracterizando maior resistência à passagem das ondas, ou uma maior impedância. Ressalta-se ainda que quanto maior for a impedância acústica maior será o aquecimento tecidual.

       A reflexão ocorre quando uma onda sonora emitida volta ao meio de origem conservando sua freqüência e velocidade. A reflexão em uma superfície ocorre quando a impedância acústica de dois meios forem diferentes. A reflexão e proporcional à diferença de impedância acústica dos dois meios. Ma utilização pratica do ultra- som é importante que promovamos um perfeito acoplamento entre o cabeçote e a pele do individuo tratado, utilizando uma substancia de acoplamento, do contrário, haverá presença de ar entre o cabeçote e a pele formando uma interface refletora do feixe ultra-sônico.

      A refração ocorre quando uma onda emitida passa para outro meio e desvia sua direção, sofrendo mudança na sua velocidade e mantendo sua freqüência. Este fenômeno ocorre quando as interfaces têm impedância acústica diferente.

      A absorção é caracterizada pela capacidade de retenção da energia acústica do meio exposto às ondas ultra-sônicas. Estas ondas são absorvidas pelo tecido e transformadas em calor. O ultra- som aumenta o movimento molecular, provocando maior vibração e colisão entre as moléculas e gerando efeito térmico. As proteínas são as que mais absorvem a energia do ultra- som. Em virtude da absorção das ondas ultra- sonicas nos tecidos, a intensidade das ondas diminuirá à medida que elas penetrarem nas camadas teciduais. Quanto maior a freqüência do ultra-som, menor o comprimento de onda e maior a absorção. Com isso, na fisioterapia dermato-funcional é usada freqüência de 3MHz, pois terá maior absorção superficial, fazendo com que haja menor penetração.

      As ondas estacionárias se formam por meio do encontro das ondas emitidas pelo transdutor com as ondas refletidas em uma determinada interface onde existam meios com impedância acústica diferente. Esta concentração de ondas sonoras poderá produzir um padrão de ondas de maior amplitude, com risco de haver danos a células móveis.

      Podemos distinguir duas áreas de um feixe ultra-sonico: campo próximo e campo distante.
      Este feixe não é uniforme, nem quando o ultra- som é aplicado em meio homogêneo. No campo próximo ocorre ausência de divergência do feixe, havendo pequena convergência. O campo distante caracteriza-se por uma baixa taxa de não uniformidade do feixe, ou seja, ocorre ausência quase total de fenômenos de interferência e, o feixe é mais uniforme e a intensidade diminui gradualmente ao aumentar a distância a partir do transdutor.

      O ultra-som na faixa de freqüência de 1MHz é empregado normalmente em lesões profundas, e o ultra-som de 3MHz é utilizado em lesões superficiais. O ultra-som de 3MHz poderá atingir uma profundidade média de 1 a 2cm, ou até mesmo 2,5cm.

      De acordo com o regime de emissão de ondas sonoras, o ultra-som pode ser contínuo ou pulsado. O ultra-som contínuo apresenta efeito térmico dominante, enquanto o ultra-som pulsado apresenta efeito mecânico dominante.

      O ultra-som contínuo pode ser necessário quando ambos os efeitos, térmicos e não térmicos (mecânicos), forem necessários, principalmente nas lesões crônicas e nas afecções. Já no ultra-som pulsado, como há uma intermitência na saída das ondas sonoras no transdutor, sendo considerado por isso como atérmico, o mesmo está indicado quando o calor produz algum tipo de desconforto, onde a afecção é aguda, ou nos processos de regeneração tecidual.

      A dosimetria é o produto da intensidade do estímulo pela duração do tratamento.

      A intensidade do ultra-som pode ser classificada de acordo com o modo como a potência e a intensidade são distribuídas na transmissão. Intensidade média espacial é a intensidade ultra-sonica média transmitida em relação a área do transmissor. A intensidade de pico espacial é o maior volume dentro da transmissão ultra-sonica que a intensidade pode atingir. 

      A intensidade média temporal ocorre somente no modo pulsado, e se calcula através da média da potência durante os períodos de emissão de ondas e de sua interrupção. Na prática clínica o ultra-som contínuo deve ser usado até 2W/cm² para que não haja risco de lesão nas estruturas superficiais e o ultra-som pulsado pode ser utilizado até 3W/cm². Na fisioterapia dermato-funcional, a maioria dos protocolos de tratamento para celulite utilizam intensidades de 1,2 A 1,5W/cm², já nos processos de reparo tecidual utiliza até 0,5W/ cm² no regime pulsado.
Efeitos terapêuticos

      A regeneração tissular na fisioterapia dermato-funcional caracteriza-se principalmente pela cicatrização pós-cirurgia plástica, e o processo de reparo tecidual compõe-se de 3 fases: infamatória, proliferativa e remodelagem. O ultra-som deve ser utilizado já na fase inflamatória do reparo pois actua como acelerador do processo inflamatório. O ultra- som pulsado na freqüência de 16Hz teria maior eficácia para prover esse efeito. Na fase proliferativa o ultra-som proporciona uma potencialização da motilidade e proliferação dos fibroblastos, indiretamente através da estimulação ultra-sonica dos macrófagos. Na fase de remodelagem ele aumenta a resistência tênsil, a reorientação e a quantidade de fibras colágenas.

      Na fisioterapia dermato-funcional, o ultra-som normalmente é utilizado nas seqüelas pós-cirurgia plástica, em feridas oriundas de úlceras de pressão e/ou qualquer queimadura. Para aceleração desse tipo de reparo tecidual, o ultra-som é mais indicado na forma pulsada, com freqüência de 3MHz, e com baixa intensidade, garantindo assim, os ciclos atermicos.

      As principais aplicações do ultra-som como antiinflamatório referem-se às seqüelas pós- cirurgicas, à inflamação acneica, ao edema inflamado e a processos de reparo de feridas.

      Não existe nenhum consenso na literatura sobre o mecanismo exato de redução de sensação dolorosa pelo ultra-som. Em caso de quadro álgico intenso, sugerimos priorizar o uso de recursos eletroanalgésicos como TENS, corrente interferencial e microcorrentes.

      Verificamos na prática clínica o uso do ultra-som nos processos fibróticos pós-lipoaspiração.

      O sinal de cacifo pode ser tratado com ultra- som de 3MHz, modo contínuo, com intensidade de 1,5W/cm². O calor provido na terapêutica parece liquefazer como gel os restos celulares. Em seguida, o segmento corpóreo pode ser elevado, massageando, ou drenando para bombeamento do fluido.

      A ação do ultra-som pulsado é maior sobre as terminações nervosas envolvidas no processo de contratura ou tensão muscular. O ultra-som utilizado na freqüência de 3MHz, modo pulsátil, foi hipotetizado como possuidor de maior capacidade para prover efeitos de relaxamento muscular.

      As técnicas de aplicação de ultra-som mais utilizadas são: método direto, fonoforese, subaquática, bolsa d’água e reflexo segmentar.

      Na dermato-funcional, as duas primeiras são as mais utilizadas. O método direto é a técnica que utiliza o ultra-som com um meio de acoplamento sem propriedades medicamentosas ou cosméticas. É indicado quando a superfície a ser tratada é razoavelmente plana, sem muitas irregularidades, permitindo um perfeito contato de toda a superfície do cabeçote com a pele. Na dermato-funcional, o uso do método direto tem indicação principal nas seqüelas de intervenção cirúrgica, onde objetivamos acelerar o reparo e a normalização tecidual, e/ou minimizar o endurecimento tecidual.

      A fonoforese consiste em um método direto utilizando uma substancia com propriedades terapêuticas em forma de gel como meio de acoplamento, objetivando com isso a introdução de substâncias medicamentosas e cosméticas através da pele, mediante energia ultra-sonica.

      Compreende a técnica mais usada na terapêutica dermato-funcional, empregando produtos cosméticos principalmente com ação lipolítica e estimulante da circulação. A fonoforese é efetivamente potencializada pelo aumento da permeabilidade da membrana celular. As freqüências maiores tendem a prover maiôs índice de transmissão. Portanto, o uso da fonoforese na dermato-funcional, que utiliza normalmente o ultra-som de 3MHz, tende a prover maior qualidade quanto a permeação do produto através da pele, que os procedimentos tradicionais da fisioterapia. 

      Alguns autores informaram que tanto o ultra-som contínuo quanto o pulsado podem ser usados para fonoforese. No caso da fisioterapia dermato- funcional, onde a celulite tem o maior emprego da fonoforese, recomendamos o modo contínuo nos nódulos celulíticos.

      O início da terapia ultra-sonica para traumatismo agudo deve-se iniciar após 24 a 36 horas, pois o tratamento direto mediante energia ultra-sonica poderá danificar os vasos sanguíneos em recuperação. Num processo de calcificação, em músculos e tendões, o ultra- som, aumentando a vascularização na área, é capaz de gerar aumento de absorção (utiliza-se ultra-som contínuo). Na dermato-funcional, o ultra-som está indicado nos casos de fibrose pós-lipoaspiração, processos celulíticos avançados, aderência cicatricial.

      É comum a presença de edema e/ou áreas isquêmicas nas seqüelas pós-cirurgia plástica, e a terapia ultra-sonica tem indicação como agente coadjuvante no processo de cura, sendo, na maioria das vezes, necessário a associação de outras terapêuticas, como a drenagem linfática.
      As principais aplicações do ultra-som na fisioterapia dermato-funcional referem-se principalmente às cicatrizes pós cirúrgicas e feridas abertas. O ultra-som deve ser utilizado na fase inflamatória e início da fase proliferativa do reparo, o ideal é intensidade de 0,5W/cm² ou inferior, no modo pulsado de emissão de ondas.

      A principal seqüela pós-lipoaspiração é o processo de fibrose, decorrente do processo de cicatrização tecidual. O ultra-som tem sido utilizado com freqüência no pós-operatório com o intuito de minimizar a incidência das fibroses.

      Recomendamos o uso do ultra-som imediatamente após o procedimento no modo contínuo, sempre quando não houver processo inflamatório agudo. Caso haja inflamação e dor intensa, recomendamos o ultra-som pulsado até que o processo regrida.

      Normalmente trata-se a celulite com fonoforese, utilizando-se o ultra-som de 3MHz no modo contínuo. Verificamos na prática clínica protocolos dando conta de doses terapêuticas que giram em torno de 1,2 a 1,5W/cm², adotando-se o tempo máximo de tratamento que se puder empregar.

      O ultra-som influencia muito pouco o tecido gorduroso, quando usado com doses consideradas terapêuticas. No tratamento de gordura localizada o ultra-som é utilizado no modo contínuo com freqüência de ondas de 3MHz, com uma intensidade média espacial muito alta (cerca de 2 a 3W/cm²), com o objetivo de provocar efeitos de cativação instável na membrana do adipócito, e com isso promover uma lise adipocitária.

Contra-indicações

      Áreas com hipoestesia: o ultra-som no modo contínuo pode produzir lesões na pele e periósteo, pois o mecanismo de defesa está abolido. No modo pulsátil, esta contra-indicação é relativa, pois há uma diminuição da ação lesiva do ultra-som.

      Áreas com insuficiência vascular: pode haver contra-indicação se houver intenso aumento de temperatura, dificultando o arrefecomento da área pelo sangue.

      Afecções localizadas no tecido ósseo: as afecções localizadas ao nível ósseo constituem relativo impedimento para uso somente do ultra-som de 1MHz.

      Implante metálico: no implante metálico, 90% de radiação ultra-sônica que o atinge são refletidas e tendem a se concentrar nos tecidos vizinhos.

      Epífises férteis: este item constitui contra- indicação clássica para vários autores que mencionaram que o ultra-som provocaria ossificação precoce, e interferiria no crescimento ósseo.

      Endopróteses: o cimento de fixação da prótese possui, segndo alguns autores, um alto coeficiente de absorção ultra-sônica, e os componentes à base de polímeros poderiam sofrer ação dos efeitos térmicos (ultra-som contínuo).

      Diabetes Mellitus: pode ocorrer ligeira diminuição de glicemia, gerando sintomas de fadiga. Em geral, esses desaparecem reduzindo- se as doses.

      Directamente sobre o marca-passo: o ultra-som poderia influenciar no funcionamento do marca- passo, mas isso só ocorre se as ondas atingirem o aparelho, portanto as áreas normalmente tratadas pela fisioterapia dermato-funcional não se constituem impedimento para uso do ultra- som.

      Feridas abertas: devemos tomar cuidado com o tratamento de feridas abertas, pois há risco de infecção.
Ecografia

      A ultrassonografia (ou ecografia) é um método diagnóstico que aproveita o eco produzido pelo som para ver em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas e órgãos do organismo. Os aparelhos de ultrassom em geral utilizam uma frequência variada dependendo do tipo de transdutor, desde 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal piezoelétrico que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, que são interpretados através da computação gráfica. 

       A sonda funciona assim como emissor/receptor. Quanto maior a frequência, maior a resolução obtida e mais precisão temos na visualização das estruturas superficiais. Conforme a densidade e composição das interfaces a atenuação e mudança de fase dos sinais emitidos varia, sendo possível a tradução em uma escala de cinza, que formará a imagem dos órgãos internos.
      A ultrassonografia permite também, através do efeito doppler, conhecer o sentido e a velocidade do fluxo sanguíneo. Por não utilizar radiação ionizante, como na radiografia e na tomografia computadorizada, é um método inócuo, pouco dispendioso e ideal para avaliar a evolução fetal.

      A ultrassonografia é um dos métodos de diagnóstico por imagem mais versáteis e ubíquos, de aplicação relativamente simples.
      Nas últimas duas décadas do século XX, o desenvolvimento tecnológico transformou esse método em um instrumento poderoso de investigação médica dirigida, exigindo treinamento constante e uma conduta participativa do examinador.

Características

      Esta modalidade de diagnóstico por imagem apresenta características próprias: É um método não invasivo ou minimamente invasivo.

      Apresenta a anatomia em imagens seccionais ou bidimensionais, que podem se adquiridas em qualquer orientação espacial.

       Ultimamente a ecografia tridimensional está em desenvolvimento mas ainda não é um verdadeiro tridimensional mas sim a reconstrução informática em três dimensões das imagens previamente adquiridas em bidimensional.

      Não possui efeitos nocivos significativos dentro das especificações de uso diagnóstico na medicina. Não utiliza radiação ionizante. Possibilita o estudo não invasivo da hemodinâmica corporal através do efeito Doppler.

       Permite a aquisição de imagens dinâmicas, em tempo real, possibilitando estudos do movimento das estruturas corporais.

      O método ultrassonográfico baseia-se no fenômeno de interação do som com os tecidos, ou seja, a partir da transmissão de onda sonora pelo meio, observamos as propriedades mecânicas dos tecidos. Assim, torna-se necessário o conhecimento dos fundamentos físicos e tecnológicos envolvidos na formação das imagens do modo pelo qual os sinais obtidos por essa técnica são detectados, caracterizados e analisados correctamente, propiciando uma interpretação diagnóstica correcta.

      Além disso, o desenvolvimento contínuo de novas técnicas, a saber: o mapeamento Doppler, os meios de contraste, os sistemas de processamento de imagens em 3D, as imagens de harmónicas e a elastometria exigem um conhecimento ainda mais amplo dos fenómenos físicos.

      A ultrassonografia pode contribuir como auxílio no diagnóstico médico e veterinário, sendo sua aplicação mais ampla atualmente em seres humanos. Pode acompanhar durante a gravidez o bebê desde seus primórdios ao nascimento, avaliando aspectos morfofuncionais. Permite ainda a orientação de processos invasivos mesmo antes do nascimento. Interage e auxilia a todas as demais especialidades médicas e cada vez mais se afirma como um dos pilares do diagnóstico médico na actualidade.
Produção da onda sonora

      Uma onda sonora é produzida tipicamente por um transdutor piezoeléctrico (algo como um microfone). Fortes e curtos impulsos eléctricos originados no aparelho de ultra- som fazem com que o transdutor emita som numa determinada frequência. A frequência pode ser ente 2 e 18MHz. O som é direccionado pelo formato do transdutor, um tipo de lente acoplada a ele ou por sistemas mais complexos de controle. O direccionamento produz uma onda sonora em forma de arco. A onda propaga-se-se para o interior do corpo do paciente e atinge o foco numa determinada profundidade.

      O som é parcialmente reflectido (aí está o eco) pelas interfaces formadas pelos diferentes tecidos do corpo. Especificamente, o som é reflectido em qualquer lugar em que a densidade do corpo mude.

Recepção dos ecos

      O retorno da onda sonora ao transdutor resulta no mesmo processo que foi necessário para emitir o som, só que ao contrário. O retorno das ondas sonoras faz vibrar o transdutor, que transforma as vibrações em impulsos eléctricos que se deslocam para o scanner de ultrassom. O scanner processa os impulsos eléctricos e transforma-os numa imagem digital.

Formação da imagem

      O scanner sonográfico determina três informações de cada eco recebido: 1. Quanto tempo levou desde a transmissão até à recepção do eco. 2. A partir do intervalo de tempo, calcula a distância (profundidade) onde o foco se formou, possibilitando uma imagem nítida do eco na dada profundidade. 3. Qual a intensidade do eco.

      Quando o scanner sonográfico determina estas 3 informações, ele pode codificar cada pixel da imagem com a intensidade.

      A transformação do sinal recebido numa imagem pode ser explicada usando uma planilha para uma analogia. Imagine o transdutor localizado na primeira linha, ocupando várias colunas. Ele envia impulsos para baixo, em cada coluna da planilha.

      Então espera para ver quanto tempo cada impulso leva para retornar (eco). Quando mais demorar, mais o sinal se desloca para baixo na coluna correspondente. A intensidade do eco determina a cor que a célula vai ter (branco para um eco forte, preto para um muito fraco, e graduações de cinza para as intensidades intermédias). Quando todos os ecos retornam e toda a informação é armazenada na planilha, a imagem está pronta.

Ecografia do efeito de Doppler

      O Efeito Doppler é observado nas ondas quando emitidas ou refletidas por um objeto que está em movimento com relação ao observador. Foi-lhe atribuído este nome em homenagem a Johann Christian Andreas Doppler, que o descreveu teoricamente pela primeira vez em 1842. A primeira comprovação foi obtida pelo cientista Buys Ballot, em 1845, numa experiência em que uma locomotiva puxava um vagão com vários trompetistas. 

      Este efeito é percebido claramente no som (que é um tipo de onda mecânica) quando uma ambulância em alta velocidade passa por nós, percebemos que o tom, em relação ao emitido, fica mais agudo durante a sua aproximação, idêntico no momento da passagem e grave quando a ambulância começa a se afastar do observador. Graças também ao conhecimento deste efeito podemos determinar a velocidade e a direção do movimento de muitas estrelas, uma vez que a luz também se propaga em ondas. Em ondas eletromagnéticas, este mesmo fenômeno foi descoberto de maneira independente, em 1848, pelo francês Hippolyte Fizeau. Por este motivo, o efeito Doppler também é chamado efeito Doppler- Fizeau. 

Características

      Fontes de som estáticas produzem ondas de som à frequências constantes f f, e as ondas se propagam simetricamente para longe da fonte à velocidade constante c. Todos os observadores vão ouvir a mesma frequência, que vai ser igual à frequência da fonte, ou seja: f f = f o.

      A mesma fonte de som está irradiando ondas de som à mesma frequência no mesmo meio. Porém, agora a fonte está se movendo com uma velocidade v f = O.7c (Mach 0.7). Já que a fonte está se movendo, o centro de cada novo período de onda é um pouco deslocado à direita.
      Como resultado, os períodos começam a se "amontoarem" à direita (à frente) e se "espalhar" à esquerda (atrás) da fonte. Um observador à frente da fonte irá ouvir uma frequência mais alta f o= c + 0⁄ c - 0.7c f f = 3.33 f f e um observador atrás da fonte irá ouvir uma frequência mais baixa f o= c - 0⁄c + 0.7c f f = 0.59 f f.

      Agora a fonte está se movendo na velocidade do som no meio (v f = c, ou Mach 1). As ondas à frente da fonte estão agora todas "empilhadas" no mesmo ponto.

      Como resultado, um observador à frente da fonte não vai detectar som algum até que a fonte o alcance, onde f o = c + 0⁄ c - c f f = ∞ e um observador atrás da fonte vai ouvir uma frequência mais baixa f o = c - 0⁄c + c f f = 0.5 f f. A fonte de som agora quebrou a barreira da velocidade do som, e está viajando à 1.4 c (Mach 1.4). 

      Já que a fonte está se movendo mais rápido do que as ondas de som que cria, ela vai à frente das ondas mais avançadas. A fonte passa por um observador estático antes que o observador escute o som. Como resultado, um observador à frente da fonte vai detectar f o= c + 0 ⁄c - 1.4 c f f = -2.5 f f e um observador atrás da fonte vai ouvir uma frequência mais baixa f o= c - 0⁄c + 1.4 c f f = 0.42 f f.

      No Efeito Doppler ocorre a percepção de uma frequência relativa, que é diferente da frequência de emissão da onda.

      Consideremos o Efeito Doppler Clássico, denominado dessa forma em contraste com o relativístico, que envolve ondas eletromagnéticas.

      Ondas emitidas por objetos estáticos se propagam em todas as direções de maneira uniforme. Seu comprimento de onda é: A mudança relativa na frequência das ondas pode ser explicada desta maneira: Quando a fonte das ondas está se movendo na direção do observador, cada crista de onda sucessiva será emitida de uma posição mais próxima do observador do que a última. 

      Portanto, cada onda leva um pouco menos de tempo para alcançar o observador do que a última, e assim, há um aumento na frequência com que estas ondas atingem o observador. Do mesmo modo, se a fonte se afasta do observador, cada onda é emitida de uma posição um pouco mais distante, fazendo com que o tempo entre as chegadas de duas ondas consecutivas aumenta, diminuindo sua frequência.

      Para a luz, já no caso do Efeito Doppler Relativístico, este fenômeno é observável quando a fonte e o observador se afastam ou se aproximam com grande velocidade relativa. Neste caso, o espectro da luz recebida apresenta desvio para o vermelho (quando se afastam) e desvio para o violeta (quando se aproximam), costumamos observar este efeito em estrelas. 

Aplicações

      Na medicina, um ecocardiograma utiliza este efeito para medir a direção e velocidade do fluxo sanguíneo ou do tecido cardíaco. O ultra-som Doppler é uma forma especial do ultra-som, útil na avaliação do fluxo sanguíneo do útero e vasos fetais. Pode ser mostrado de várias formas: com som audível, com espectro de cores dentro do vaso ou na forma de gráficos que permitem a mensuração na velocidade sanguínea nos tecidos normais.


Conclusão

      Com base no que foi visto anteriormente chegou-se a concluir que as ondas sonoras, utilizadas para terapêutica e diagnostico, são gerados através de instrumentos chamados transdutores e que entende- se por terapia ultra-sônica o tratamento mediante vibrações mecânicas com uma freqüência superior a 20.000Hz.

      A ultrassonografia (ou ecografia) é um método diagnóstico que aproveita o eco produzido pelo som para ver em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas e órgãos do organismo. Os aparelhos de ultrassom em geral utilizam uma frequência variada dependendo do tipo de transdutor, desde 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal piezoelétrico que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, que são interpretados através da computação gráfica.

















Bibliografia

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Padovani R. and Rodella C. A. (2001), Staff dosimetry in interventional cardiology, Rad. Prot. Dosim., v. 94 (1-2), p. 99 - 103.















Agradecimentos
















      Agradecemos primariamente ao nosso Dador da vida por ter tido o amor e a bondade de nos proporcionar ajuda, a fim de conseguirmos força para fazer esse grande e magnífico trabalho. Sem esquecer dos nossos pais que nos ajudaram financeiramente e do nosso querido Professor Dr. Retrato por nos ter dado este magnífico tema.

Recomendacões

      Recomendamos que todas as mulheres grávidas façam ecografia, para ver qual é o estado de saúde do seu bebé. Isto é para evitar acidentes depois ou antes do parto.






















Objectivo

- Incentivar os estudantes a saber mais acerca das aplições dos ultra-sons em diagnósticos e terapia.
- Também mostrar como a ecografia é de grande importância na medicina.

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