Introdução
Este trabalho foi elaborado com o
objectivo principal de nos ajudar a saber mais acerca da aplicação dos
ultra-sons em diagnósticos e terapia, tema este que será o objecto principal de
estudo deste trabalho, onde iremos falar também do efeito Doppler e sua
aplicação na medicina.
Aplicação
dos ultra-sons em diagnósticos e terapia
Em fisioterapia e/ou medicina as ondas
sonoras, utilizadas para terapêutica e diagnostico, são gerados através de
instrumentos chamados transdutores. Por terapia ultra-sônica entende- se: tratamento
mediante vibrações mecânicas com uma freqüência superior a 20.000Hz. As
freqüências do ultra-som usadas terapeuticamente pode oscilar entre 0,7MHz e 3MHz.
A propagação da energia ultra-sónica nos
tecidos depende principalmente de dois fatores: características de absorção do
meio biológico e reflexão da energia ultra-sonica nas interfaces teciduais. A
velocidade de propagação da onda ultra-sonica é maior nos meios onde há maior agregação
molecular, ou seja, onde as moléculas estão mais próximas umas das outras.
Assim, o som se propaga mais rápido nos sólidos do que nos líquidos e gasosos.
As ondas sonoras na faixa de 1MHz se propagam nos tecidos moles com uma
velocidade de 1540m/s e pelo osso compacto com 4000m/s.
Nos tecidos orgânicos, a velocidade de propagação
do ultra-som pode variar de acordo com as características do tecido, ou seja, se
propaga mais rápido no tecido ósseo do que no músculo.
A impedância acústica pode ser caracterizada
pela resistência oferecida pelos tecidos à passagem das ondas ultra-sonoras.
Cada tecido tem uma impedância diferente. Quanto maior for a agregação
molecular, maior será a impedância acústica. Nos meios de maior agregação
molecular ocorre maior interação das ondas sonoras com a estrutura molecular do
meio, fazendo que sejam mais absorvidas, diminuindo a energia sonora e
caracterizando maior resistência à passagem das ondas, ou uma maior impedância.
Ressalta-se ainda que quanto maior for a impedância acústica maior será o
aquecimento tecidual.
A reflexão ocorre quando uma onda sonora
emitida volta ao meio de origem conservando sua freqüência e velocidade. A
reflexão em uma superfície ocorre quando a impedância acústica de dois meios forem
diferentes. A reflexão e proporcional à diferença de impedância acústica dos
dois meios. Ma utilização pratica do ultra- som é importante que promovamos um
perfeito acoplamento entre o cabeçote e a pele do individuo tratado, utilizando
uma substancia de acoplamento, do contrário, haverá presença de ar entre o
cabeçote e a pele formando uma interface refletora do feixe ultra-sônico.
A refração ocorre quando uma onda emitida
passa para outro meio e desvia sua direção, sofrendo mudança na sua velocidade
e mantendo sua freqüência. Este fenômeno ocorre quando as interfaces têm
impedância acústica diferente.
A absorção é caracterizada pela
capacidade de retenção da energia acústica do meio exposto às ondas
ultra-sônicas. Estas ondas são absorvidas pelo tecido e transformadas em calor.
O ultra- som aumenta o movimento molecular, provocando maior vibração e colisão
entre as moléculas e gerando efeito térmico. As proteínas são as que mais
absorvem a energia do ultra- som. Em virtude da absorção das ondas ultra- sonicas
nos tecidos, a intensidade das ondas diminuirá à medida que elas penetrarem nas
camadas teciduais. Quanto maior a freqüência do ultra-som, menor o comprimento
de onda e maior a absorção. Com isso, na fisioterapia dermato-funcional é usada
freqüência de 3MHz, pois terá maior absorção superficial, fazendo com que haja
menor penetração.
As ondas estacionárias se formam por meio
do encontro das ondas emitidas pelo transdutor com as ondas refletidas em uma
determinada interface onde existam meios com impedância acústica diferente.
Esta concentração de ondas sonoras poderá produzir um padrão de ondas de maior
amplitude, com risco de haver danos a células móveis.
Podemos distinguir duas áreas de um feixe
ultra-sonico: campo próximo e campo distante.
Este feixe não é uniforme, nem quando o
ultra- som é aplicado em meio homogêneo. No campo próximo ocorre ausência de
divergência do feixe, havendo pequena convergência. O campo distante
caracteriza-se por uma baixa taxa de não uniformidade do feixe, ou seja, ocorre
ausência quase total de fenômenos de interferência e, o feixe é mais uniforme e
a intensidade diminui gradualmente ao aumentar a distância a partir do
transdutor.
O ultra-som na faixa de freqüência de
1MHz é empregado normalmente em lesões profundas, e o ultra-som de 3MHz é
utilizado em lesões superficiais. O ultra-som de 3MHz poderá atingir uma
profundidade média de 1 a 2cm, ou até mesmo 2,5cm.
De acordo com o regime de emissão de
ondas sonoras, o ultra-som pode ser contínuo ou pulsado. O ultra-som contínuo
apresenta efeito térmico dominante, enquanto o ultra-som pulsado apresenta
efeito mecânico dominante.
O ultra-som contínuo pode ser necessário quando
ambos os efeitos, térmicos e não térmicos (mecânicos), forem necessários, principalmente
nas lesões crônicas e nas afecções. Já no ultra-som pulsado, como há uma intermitência
na saída das ondas sonoras no transdutor, sendo considerado por isso como atérmico,
o mesmo está indicado quando o calor produz algum tipo de desconforto, onde a afecção
é aguda, ou nos processos de regeneração tecidual.
A dosimetria é o produto da intensidade
do estímulo pela duração do tratamento.
A intensidade do ultra-som pode ser classificada
de acordo com o modo como a potência e a intensidade são distribuídas na transmissão.
Intensidade média espacial é a intensidade ultra-sonica média transmitida em relação
a área do transmissor. A intensidade de pico espacial é o maior volume dentro
da transmissão ultra-sonica que a intensidade pode atingir.
A intensidade média temporal ocorre somente
no modo pulsado, e se calcula através da média da potência durante os períodos
de emissão de ondas e de sua interrupção. Na prática clínica o ultra-som
contínuo deve ser usado até 2W/cm² para que não haja risco de lesão nas
estruturas superficiais e o ultra-som pulsado pode ser utilizado até 3W/cm². Na
fisioterapia dermato-funcional, a maioria dos protocolos de tratamento para
celulite utilizam intensidades de 1,2 A 1,5W/cm², já nos processos de reparo
tecidual utiliza até 0,5W/ cm² no regime pulsado.
Efeitos
terapêuticos
A regeneração tissular na fisioterapia
dermato-funcional caracteriza-se principalmente pela cicatrização pós-cirurgia
plástica, e o processo de reparo tecidual compõe-se de 3 fases: infamatória,
proliferativa e remodelagem. O ultra-som deve ser utilizado já na fase inflamatória
do reparo pois actua como acelerador do processo inflamatório. O ultra- som
pulsado na freqüência de 16Hz teria maior eficácia para prover esse efeito. Na
fase proliferativa o ultra-som proporciona uma potencialização da motilidade e
proliferação dos fibroblastos, indiretamente através da estimulação
ultra-sonica dos macrófagos. Na fase de remodelagem ele aumenta a resistência tênsil,
a reorientação e a quantidade de fibras colágenas.
Na fisioterapia dermato-funcional, o
ultra-som normalmente é utilizado nas seqüelas pós-cirurgia plástica, em
feridas oriundas de úlceras de pressão e/ou qualquer queimadura. Para aceleração
desse tipo de reparo tecidual, o ultra-som é mais indicado na forma pulsada, com
freqüência de 3MHz, e com baixa intensidade, garantindo assim, os ciclos atermicos.
As principais aplicações do ultra-som
como antiinflamatório referem-se às seqüelas pós- cirurgicas, à inflamação
acneica, ao edema inflamado e a processos de reparo de feridas.
Não existe nenhum consenso na literatura
sobre o mecanismo exato de redução de sensação dolorosa pelo ultra-som. Em caso
de quadro álgico intenso, sugerimos priorizar o uso de recursos
eletroanalgésicos como TENS, corrente interferencial e microcorrentes.
Verificamos na prática clínica o uso do
ultra-som nos processos fibróticos pós-lipoaspiração.
O sinal de cacifo pode ser tratado com
ultra- som de 3MHz, modo contínuo, com intensidade de 1,5W/cm². O calor provido
na terapêutica parece liquefazer como gel os restos celulares. Em seguida, o
segmento corpóreo pode ser elevado, massageando, ou drenando para bombeamento
do fluido.
A ação do ultra-som pulsado é maior sobre
as terminações nervosas envolvidas no processo de contratura ou tensão
muscular. O ultra-som utilizado na freqüência de 3MHz, modo pulsátil, foi
hipotetizado como possuidor de maior capacidade para prover efeitos de
relaxamento muscular.
As técnicas de aplicação de ultra-som
mais utilizadas são: método direto, fonoforese, subaquática, bolsa d’água e
reflexo segmentar.
Na dermato-funcional, as duas primeiras
são as mais utilizadas. O método direto é a técnica que utiliza o ultra-som com
um meio de acoplamento sem propriedades medicamentosas ou cosméticas. É
indicado quando a superfície a ser tratada é razoavelmente plana, sem muitas irregularidades,
permitindo um perfeito contato de toda a superfície do cabeçote com a pele. Na dermato-funcional,
o uso do método direto tem indicação principal nas seqüelas de intervenção cirúrgica,
onde objetivamos acelerar o reparo e a normalização tecidual, e/ou minimizar o endurecimento
tecidual.
A fonoforese consiste em um método direto
utilizando uma substancia com propriedades terapêuticas em forma de gel como
meio de acoplamento, objetivando com isso a introdução de substâncias
medicamentosas e cosméticas através da pele, mediante energia ultra-sonica.
Compreende a técnica mais usada na terapêutica
dermato-funcional, empregando produtos cosméticos principalmente com ação lipolítica
e estimulante da circulação. A fonoforese é efetivamente potencializada pelo aumento
da permeabilidade da membrana celular. As freqüências maiores tendem a prover maiôs
índice de transmissão. Portanto, o uso da fonoforese na dermato-funcional, que
utiliza normalmente o ultra-som de 3MHz, tende a prover maior qualidade quanto
a permeação do produto através da pele, que os procedimentos tradicionais da
fisioterapia.
Alguns autores informaram que tanto o
ultra-som contínuo quanto o pulsado podem ser usados para fonoforese. No caso
da fisioterapia dermato- funcional, onde a celulite tem o maior emprego da
fonoforese, recomendamos o modo contínuo nos nódulos celulíticos.
O início da terapia ultra-sonica para traumatismo
agudo deve-se iniciar após 24 a 36 horas, pois o tratamento direto mediante energia
ultra-sonica poderá danificar os vasos sanguíneos em recuperação. Num processo
de calcificação, em músculos e tendões, o ultra- som, aumentando a
vascularização na área, é capaz de gerar aumento de absorção (utiliza-se ultra-som
contínuo). Na dermato-funcional, o ultra-som está indicado nos casos de fibrose
pós-lipoaspiração, processos celulíticos avançados, aderência cicatricial.
É comum a presença de edema e/ou áreas isquêmicas
nas seqüelas pós-cirurgia plástica, e a terapia ultra-sonica tem indicação como
agente coadjuvante no processo de cura, sendo, na maioria das vezes, necessário
a associação de outras terapêuticas, como a drenagem linfática.
As principais aplicações do ultra-som na fisioterapia
dermato-funcional referem-se principalmente às cicatrizes pós cirúrgicas e feridas
abertas. O ultra-som deve ser utilizado na fase inflamatória e início da fase
proliferativa do reparo, o ideal é intensidade de 0,5W/cm² ou inferior, no modo
pulsado de emissão de ondas.
A principal seqüela pós-lipoaspiração é o
processo de fibrose, decorrente do processo de cicatrização tecidual. O
ultra-som tem sido utilizado com freqüência no pós-operatório com o intuito de
minimizar a incidência das fibroses.
Recomendamos o uso do ultra-som imediatamente
após o procedimento no modo contínuo, sempre quando não houver processo inflamatório
agudo. Caso haja inflamação e dor intensa, recomendamos o ultra-som pulsado até
que o processo regrida.
Normalmente trata-se a celulite com
fonoforese, utilizando-se o ultra-som de 3MHz no modo contínuo. Verificamos na
prática clínica protocolos dando conta de doses terapêuticas que giram em torno
de 1,2 a 1,5W/cm², adotando-se o tempo máximo de tratamento que se puder
empregar.
O ultra-som influencia muito pouco o
tecido gorduroso, quando usado com doses consideradas terapêuticas. No
tratamento de gordura localizada o ultra-som é utilizado no modo contínuo com
freqüência de ondas de 3MHz, com uma intensidade média espacial muito alta
(cerca de 2 a 3W/cm²), com o objetivo de provocar efeitos de cativação instável
na membrana do adipócito, e com isso promover uma lise adipocitária.
Contra-indicações
Áreas com hipoestesia: o ultra-som no
modo contínuo pode produzir lesões na pele e periósteo, pois o mecanismo de
defesa está abolido. No modo pulsátil, esta contra-indicação é relativa, pois
há uma diminuição da ação lesiva do ultra-som.
Áreas com insuficiência vascular: pode
haver contra-indicação se houver intenso aumento de temperatura, dificultando o
arrefecomento da área pelo sangue.
Afecções localizadas no tecido ósseo: as afecções
localizadas ao nível ósseo constituem relativo impedimento para uso somente do ultra-som
de 1MHz.
Implante metálico: no implante metálico,
90% de radiação ultra-sônica que o atinge são refletidas e tendem a se
concentrar nos tecidos vizinhos.
Epífises férteis: este item constitui
contra- indicação clássica para vários autores que mencionaram que o ultra-som
provocaria ossificação precoce, e interferiria no crescimento ósseo.
Endopróteses: o cimento de fixação da
prótese possui, segndo alguns autores, um alto coeficiente de absorção
ultra-sônica, e os componentes à base de polímeros poderiam sofrer ação dos
efeitos térmicos (ultra-som contínuo).
Diabetes Mellitus: pode ocorrer ligeira diminuição
de glicemia, gerando sintomas de fadiga. Em geral, esses desaparecem reduzindo-
se as doses.
Directamente sobre o marca-passo: o
ultra-som poderia influenciar no funcionamento do marca- passo, mas isso só
ocorre se as ondas atingirem o aparelho, portanto as áreas normalmente tratadas
pela fisioterapia dermato-funcional não se constituem impedimento para uso do
ultra- som.
Feridas abertas: devemos tomar cuidado
com o tratamento de feridas abertas, pois há risco de infecção.
Ecografia
A ultrassonografia (ou ecografia) é um método
diagnóstico que aproveita o eco produzido pelo som para ver em tempo real as
reflexões produzidas pelas estruturas e órgãos do organismo. Os aparelhos de ultrassom
em geral utilizam uma frequência variada dependendo do tipo de transdutor, desde
2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal piezoelétrico que fica
em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, que são interpretados
através da computação gráfica.
A sonda funciona assim como
emissor/receptor. Quanto maior a frequência, maior a resolução obtida e mais precisão
temos na visualização das estruturas superficiais. Conforme a densidade e composição
das interfaces a atenuação e mudança de fase dos sinais emitidos varia, sendo
possível a tradução em uma escala de cinza, que formará a imagem dos órgãos internos.
A ultrassonografia permite também,
através do efeito doppler, conhecer o sentido e a velocidade do fluxo
sanguíneo. Por não utilizar radiação ionizante, como na radiografia e na
tomografia computadorizada, é um método inócuo, pouco dispendioso e ideal para
avaliar a evolução fetal.
A ultrassonografia é um dos métodos de diagnóstico
por imagem mais versáteis e ubíquos, de aplicação relativamente simples.
Nas últimas duas décadas do século XX, o desenvolvimento
tecnológico transformou esse método em um instrumento poderoso de investigação
médica dirigida, exigindo treinamento constante e uma conduta participativa do
examinador.
Características
Esta modalidade de diagnóstico por imagem
apresenta características próprias: É um método não invasivo ou minimamente
invasivo.
Apresenta a anatomia em imagens seccionais
ou bidimensionais, que podem se adquiridas em qualquer orientação espacial.
Ultimamente a ecografia tridimensional
está em desenvolvimento mas ainda não é um verdadeiro tridimensional mas sim a reconstrução
informática em três dimensões das imagens previamente adquiridas em bidimensional.
Não possui efeitos nocivos significativos
dentro das especificações de uso diagnóstico na medicina. Não utiliza radiação
ionizante. Possibilita o estudo não invasivo da hemodinâmica corporal através
do efeito Doppler.
Permite a aquisição de imagens
dinâmicas, em tempo real, possibilitando estudos do movimento das estruturas
corporais.
O método ultrassonográfico baseia-se no fenômeno
de interação do som com os tecidos, ou seja, a partir da transmissão de onda
sonora pelo meio, observamos as propriedades mecânicas dos tecidos. Assim, torna-se
necessário o conhecimento dos fundamentos físicos e tecnológicos envolvidos na
formação das imagens do modo pelo qual os sinais obtidos por essa técnica são detectados,
caracterizados e analisados correctamente, propiciando uma interpretação
diagnóstica correcta.
Além disso, o desenvolvimento contínuo de
novas técnicas, a saber: o mapeamento Doppler, os meios de contraste, os
sistemas de processamento de imagens em 3D, as imagens de harmónicas e a
elastometria exigem um conhecimento ainda mais amplo dos fenómenos físicos.
A ultrassonografia pode contribuir como auxílio
no diagnóstico médico e veterinário, sendo sua aplicação mais ampla atualmente em
seres humanos. Pode acompanhar durante a gravidez o bebê desde seus primórdios
ao nascimento, avaliando aspectos morfofuncionais. Permite ainda a orientação de
processos invasivos mesmo antes do nascimento. Interage e auxilia a todas as
demais especialidades médicas e cada vez mais se afirma como um dos pilares do
diagnóstico médico na actualidade.
Produção
da onda sonora
Uma onda sonora é produzida tipicamente por
um transdutor piezoeléctrico (algo como um microfone). Fortes e curtos impulsos
eléctricos originados no aparelho de ultra- som fazem com que o transdutor
emita som numa determinada frequência. A frequência pode ser ente 2 e 18MHz. O
som é direccionado pelo formato do transdutor, um tipo de lente acoplada a ele
ou por sistemas mais complexos de controle. O direccionamento produz uma onda
sonora em forma de arco. A onda propaga-se-se para o interior do corpo do
paciente e atinge o foco numa determinada profundidade.
O som é parcialmente reflectido (aí está
o eco) pelas interfaces formadas pelos diferentes tecidos do corpo.
Especificamente, o som é reflectido em qualquer lugar em que a densidade do
corpo mude.
Recepção
dos ecos
O retorno da onda sonora ao transdutor resulta
no mesmo processo que foi necessário para emitir o som, só que ao contrário. O retorno
das ondas sonoras faz vibrar o transdutor, que transforma as vibrações em impulsos
eléctricos que se deslocam para o scanner de ultrassom. O scanner processa os impulsos
eléctricos e transforma-os numa imagem digital.
Formação
da imagem
O scanner sonográfico determina três informações
de cada eco recebido: 1. Quanto tempo levou desde a transmissão até à recepção
do eco. 2. A partir do intervalo de tempo, calcula a distância (profundidade)
onde o foco se formou, possibilitando uma imagem nítida do eco na dada
profundidade. 3. Qual a intensidade do eco.
Quando o scanner sonográfico determina estas
3 informações, ele pode codificar cada pixel da imagem com a intensidade.
A transformação do sinal recebido numa imagem
pode ser explicada usando uma planilha para uma analogia. Imagine o transdutor
localizado na primeira linha, ocupando várias colunas. Ele envia impulsos para
baixo, em cada coluna da planilha.
Então espera para ver quanto tempo cada impulso
leva para retornar (eco). Quando mais demorar, mais o sinal se desloca para baixo
na coluna correspondente. A intensidade do eco determina a cor que a célula vai
ter (branco para um eco forte, preto para um muito fraco, e graduações de cinza
para as intensidades intermédias). Quando todos os ecos retornam e toda a informação
é armazenada na planilha, a imagem está pronta.
Ecografia
do efeito de Doppler
O Efeito Doppler é observado nas ondas quando
emitidas ou refletidas por um objeto que está em movimento com relação ao observador.
Foi-lhe atribuído este nome em homenagem a Johann Christian Andreas Doppler,
que o descreveu teoricamente pela primeira vez em 1842. A primeira comprovação
foi obtida pelo cientista Buys Ballot, em 1845, numa experiência em que uma
locomotiva puxava um vagão com vários trompetistas.
Este efeito é percebido claramente no som
(que é um tipo de onda mecânica) quando uma ambulância em alta velocidade passa
por nós, percebemos que o tom, em relação ao emitido, fica mais agudo durante a
sua aproximação, idêntico no momento da passagem e grave quando a ambulância começa
a se afastar do observador. Graças também ao conhecimento deste efeito podemos
determinar a velocidade e a direção do movimento de muitas estrelas, uma vez que
a luz também se propaga em ondas. Em ondas eletromagnéticas, este mesmo fenômeno
foi descoberto de maneira independente, em 1848, pelo francês Hippolyte Fizeau.
Por este motivo, o efeito Doppler também é chamado efeito Doppler- Fizeau.
Características
Fontes de som estáticas produzem ondas de
som à frequências constantes f f, e as ondas se propagam simetricamente para longe
da fonte à velocidade constante c. Todos os observadores vão ouvir a mesma frequência,
que vai ser igual à frequência da fonte, ou seja: f f = f o.
A mesma fonte de som está irradiando
ondas de som à mesma frequência no mesmo meio. Porém, agora a fonte está se
movendo com uma velocidade v f = O.7c (Mach 0.7). Já que a fonte está se
movendo, o centro de cada novo período de onda é um pouco deslocado à direita.
Como resultado, os períodos começam a se
"amontoarem" à direita (à frente) e se "espalhar" à esquerda
(atrás) da fonte. Um observador à frente da fonte irá ouvir uma frequência mais
alta f o= c + 0⁄ c - 0.7c f f = 3.33 f f e um observador atrás da fonte irá ouvir
uma frequência mais baixa f o= c - 0⁄c + 0.7c f f = 0.59 f f.
Agora a fonte está se movendo na velocidade
do som no meio (v f = c, ou Mach 1). As ondas à frente da fonte estão agora
todas "empilhadas" no mesmo ponto.
Como resultado, um observador à frente da
fonte não vai detectar som algum até que a fonte o alcance, onde f o = c + 0⁄ c
- c f f = ∞ e um observador atrás da fonte vai ouvir uma frequência mais baixa
f o = c - 0⁄c + c f f = 0.5 f f. A fonte de som agora quebrou a barreira da
velocidade do som, e está viajando à 1.4 c (Mach 1.4).
Já que a fonte está se movendo mais
rápido do que as ondas de som que cria, ela vai à frente das ondas mais
avançadas. A fonte passa por um observador estático antes que o observador
escute o som. Como resultado, um observador à frente da fonte vai detectar f o=
c + 0 ⁄c - 1.4 c f f = -2.5 f f e um observador atrás da fonte vai ouvir uma
frequência mais baixa f o= c - 0⁄c + 1.4 c f f = 0.42 f f.
No Efeito Doppler ocorre a percepção de
uma frequência relativa, que é diferente da frequência de emissão da onda.
Consideremos o Efeito Doppler Clássico, denominado
dessa forma em contraste com o relativístico, que envolve ondas eletromagnéticas.
Ondas emitidas por objetos estáticos se propagam
em todas as direções de maneira uniforme. Seu comprimento de onda é: A mudança
relativa na frequência das ondas pode ser explicada desta maneira: Quando a fonte
das ondas está se movendo na direção do observador, cada crista de onda
sucessiva será emitida de uma posição mais próxima do observador do que a
última.
Portanto, cada onda leva um pouco menos
de tempo para alcançar o observador do que a última, e assim, há um aumento na
frequência com que estas ondas atingem o observador. Do mesmo modo, se a fonte
se afasta do observador, cada onda é emitida de uma posição um pouco mais
distante, fazendo com que o tempo entre as chegadas de duas ondas consecutivas
aumenta, diminuindo sua frequência.
Para a luz, já no caso do Efeito Doppler Relativístico,
este fenômeno é observável quando a fonte e o observador se afastam ou se
aproximam com grande velocidade relativa. Neste caso, o espectro da luz recebida
apresenta desvio para o vermelho (quando se afastam) e desvio para o violeta (quando
se aproximam), costumamos observar este efeito em estrelas.
Aplicações
Na medicina, um ecocardiograma utiliza este
efeito para medir a direção e velocidade do fluxo sanguíneo ou do tecido cardíaco.
O ultra-som Doppler é uma forma especial do ultra-som, útil na avaliação do
fluxo sanguíneo do útero e vasos fetais. Pode ser mostrado de várias formas:
com som audível, com espectro de cores dentro do vaso ou na forma de gráficos
que permitem a mensuração na velocidade sanguínea nos tecidos normais.
Conclusão
Com base no que foi visto anteriormente
chegou-se a concluir que as ondas sonoras, utilizadas para terapêutica e
diagnostico, são gerados através de instrumentos chamados transdutores e
que entende-
se por
terapia ultra-sônica o tratamento mediante
vibrações mecânicas com uma freqüência superior a 20.000Hz.
A ultrassonografia (ou ecografia) é um método
diagnóstico que aproveita o eco produzido pelo som para ver em tempo real as
reflexões produzidas pelas estruturas e órgãos do organismo. Os aparelhos de ultrassom
em geral utilizam uma frequência variada dependendo do tipo de transdutor, desde
2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal piezoelétrico que fica
em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, que são interpretados
através da computação gráfica.
Bibliografia
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103.
Agradecimentos
Agradecemos primariamente ao nosso Dador
da vida por ter tido o amor e a bondade de nos proporcionar ajuda, a fim de
conseguirmos força para fazer esse grande e magnífico trabalho. Sem esquecer
dos nossos pais que nos ajudaram financeiramente e do nosso querido Professor
Dr. Retrato por nos ter dado este magnífico
tema.
Recomendacões
Recomendamos que todas as mulheres
grávidas façam ecografia, para ver qual é o estado de saúde do seu bebé. Isto é
para evitar acidentes depois ou antes do parto.
Objectivo
- Incentivar os
estudantes a saber mais acerca das aplições dos ultra-sons em diagnósticos e
terapia.
- Também mostrar como a
ecografia é de grande importância na medicina.
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