Introdução
Este trabalho tem como
principal objecto de estudo as Preocupações e características da Meia-Idade, no
qual debruçaremos sobre as mudanças que ocorrem na meia-idade, falaremos também
sobre a crise da meia-idade e outros
aspectos relacionado ao tema já apresentado anteriormente.
O trabalho apresentado
aqui, foi elaborado como material de estudo e consulta, proporcionando um fácil
acesso à informação pretendida, através de um detalhado índice e uma cuidada
explicação.
Preocupações
e Características da Meia-Idade
A meia-idade é uma fase
que se inicia aos 40 anos e tem seu ponto culminante dos 60 aos 65 anos.
Através de entrevistas com homens de meia-idade, que representavam uma
variedade de ocupações e de nível socioeconómico, Levinson (1978), criou uma
teoria de desenvolvimento adulto e usou como base o conceito de estrutura de
vida. Os dois aspectos mais importantes da estrutura de vida são as escolhas
feitas sobre o casamento e a família e sobre a carreira.
Levinson (1978) incorpora quatro eras ou estações da vida de um indivíduo. As quatro estações são a infância e a adolescência, do nascimento até 22 anos, início da idade adulta, de 17 a 45 anos, meia-idade, de 40 a 65 anos e velhice, a partir de 60 anos. A sobreposição entre a primeira e a segunda estação é o início da transição adulta e a sobreposição entre a terceira e quarta estação é a transição de meia-idade.
Ao atingir a transição de meia-idade, os adultos começam a enfrentar algumas questões difíceis do passado, presente e futuro. Preocupações sobre o alcance de objectivos e dúvidas sobre oportunidades futuras podem surgir. Sinais físicos de envelhecimento começam a aparecer, desenvolvem-se alterações na visão, níveis de aptidão física começam a cair limitando a quantidade de actividade no qual estejam envolvidos.*
* ‘‘A percepção
de que o progresso pode ser feito, apesar dos declínios, torna mais fácil a
entrada nesta fase’’, (LEVINSON 1978).
Na transição da meia-idade os adultos redefinem seus objectivos ou começam a experimentar a estagnação. As experiências encontradas na idade adulta têm potencial para afectar várias características psicossociais.* Os últimos estágios que se referem à fase adulta são: O primeiro, de 18 a 25 anos, aquisição do senso de intimidade x isolamento.
*Erik Erikson
(1963-1980) desenvolveu a teoria do desenvolvimento psicossocial.
O segundo, de 25 a 65
anos, aquisição de senso de produtividade x estagnação, representa a crise que
os adultos enfrentam nos últimos estágios do início da idade adulta até os anos
da meia-idade e tem relação com o nível de utilidade e determinará se a
produtividade será atingida.
A estagnação ocorre
quando os adultos percebem que são incapazes de contribuir para a melhora da
sociedade, desenvolve- se sentimentos de tédio, seguido de auto-indulgência ou
seja a crise de meia-idade.
À medida que os indivíduos avançam através da idade adulta, aspectos das áreas motora, cognitiva e afectiva interagem para afectar o comportamento motor. Os indivíduos experimentam uma melhora contínua desde a pré-infância até a adolescência, uma estabilização durante o início da idade adulta, um lento declínio durante a meia-idade e um declínio muito maior durante a velhice.
Alterações musco-esqueléticas ocorrem. Estruturalmente, a massa muscular diminui à medida que a medida e o tamanho das fibras musculares declinam no final da meia-idade. O pico máximo da força muscular ocorre de 25 a 30 anos, uma estabilização até os 50 anos e um declínio gradual até os 70 anos.
A osteoporose é uma
doença que atinge os homens e as mulheres na meia-idade, porém em um nível
muito mais alto em mulheres pós-menopausa.*
*As mulheres
perdem cálcio mais rápido que os homens, devido às alterações hormonais mais
drásticas com a idade e porque elas já possuem menos massa óssea (SPIRDUSO,
1995) citado por Gallahue e Ozmun 2005.
Uma doença que atinge as articulações é a
osteoartrite, é a forma mais predominante de artrite em pessoas de 50 anos ou
acima. Pelo menos metade da população acima de 60 anos demonstra alguns
sintomas da doença.
Quanto às alterações do
sistema circulatório e respiratório, ocorre um declínio gradual a partir dos 30
anos que pode está ligado à idade mas também esta relacionado a factores como o
aumento de peso corporal.
Os níveis de consumo
máximo de oxigénio, têm um declínio gradual de 1% a cada ano subsequente também
a partir dos 30 anos, e durante a meia-idade, pode ser atribuído ao declínio da
quantidade de sangue que é bombeado pelo coração para os tecidos e à perda de
massa muscular.
Acontecem alterações
estruturais do olho durante a meia-idade e aumentam nos anos posteriores,
normalmente afectam a função visual dos olhos.
Aos 40 anos, a
habilidade de focalizar distâncias próximas tende a declinar, chamada de
presbiopia. Essa condição é atribuída a alterações no cristalino relacionado à
idade e também causa grande sensibilidade á luminosidade.
Características
Pessoas com crise de meia-idade normalmente apresentam os seguintes
sentimentos:
Ø Busca de um
sonho ou objectivo de vida indefinido
Ø Profundo
sentimento de remorso por metas não cumpridas
Ø Desejo de
voltar a se sentir como em sua época de juventude
Ø Vontade de
ficar mais tempo sozinho ou apenas com determinadas pessoas
E os seguintes comportamentos:
Ø Abuso de
álcool
Ø Aquisição de
itens não usuais ou muito caros, como motocicletas, barcos, roupas, carros
esportivos, jóias, piercings, tatuagens, etc.
Ø Depressão
Ø Responsabilizar-se
pelos seus fracassos pessoais
Ø Cuidado
exagerado com a aparência e tentativa de parecer mais jovem
Ø Procurar
relacionamentos com pessoas muito mais jovens
Mudança
de Personalidade
Todas as alterações geram um desequilíbrio, o qual se faz necessário que se
estabeleça novamente, porém de forma diferente ou com um olhar diferenciado
para a mesma situação.
Todos estes “conflitos” relacionados à meia-idade, coincidem com as crises
hormonais, com a consciência do próprio corpo, os cabelos brancos, rugas de
expressões, pais velhos ou falecidos, filhos adolescentes ou procurando sua
independência, talvez já casados ou fora de casa por outros motivos, que podem
ser acompanhados de netos.
A meia-idade implica em revisão de mudanças e possibilidades de mudar
rumos, de dar novos significados a vida, propor novas metas, novos percursos,
porém de maneira diferente. E isto depende de cada um, das aprendizagens que
soube tirar das experiências dos novos ideais que se propõem, da criatividade
para enfrentar e lidar com as mudanças que geram ansiedade.
Crise
da Meia-Idade
Crise da meia-idade é um termo criado em 1965 por Elliott Jaques usado para
descrever uma forma de insegurança sofrida por alguns indivíduos que estão
passando pela "meia-idade", no qual percebem que o período de sua
juventude está acabando e a idade avançada se aproxima. *
*Meia-idade
é uma fase, que apesar da crise, ocorrem transformações pessoais, onde a pessoa
consegue realizar seus diversos desejos como, prestar um novo vestibular,
escrever um livro, abrir um restaurante, fazer um curso de pintura, rodar o
mundo de navio, pedir o divórcio, entre outras. (VANNUCHI 1999).
Essa crise pode ser desencadeada por vários factores relacionados com essa
época da vida, como a morte dos parentes, casos extraconjugais, andropausa, menopausa, sensação
de envelhecimento, insatisfação com a carreira profissional e saída dos filhos
de casa.*
*Para
enfrentar a crise da meia-idade de maneira saudável, é importante tentar
amenizar os sintomas físicos com exercícios; procurar um médico para se
orientar sobre reposição hormonal e traçar metas e projectos de médio e longo
prazo
(VANNUCHI
1999).
Diante deste conglomerado que surge na meia-idade, aparece o medo de não
ter tempo, ou de ter que renunciar ao que já conseguiu. Esta relação com o
tempo e com os desejos não satisfeitos pode levar a diferentes situações que
vão desde estados depressivos até comportamentos que tentam demonstrar que
“ainda se está em forma”, tais como: formar uma nova relação com um par mais
jovem, ter outros filhos, recorrer a cirurgia plástica e recursos relacionados
à beleza, activar as ambições querendo realizar com urgência os planos que não
foram feitos, no trabalho, lazer, educação e outros.
Normalmente quem passa por isso sente uma enorme vontade de mudar seus
modos de vida fazendo gastos exagerados com aquisições fúteis, abandonando o
emprego ou terminando o casamento.
Estudos indicam que algumas culturas podem ser mais sensíveis a este
fenómeno do que outros, um deles revelou que há pouca evidência de que as
pessoas sofrem crises de meia-idade nas culturas japonesa e indiana, levantando
a questão se uma crise de meia-idade é somente uma concepção cultural das
sociedades ocidentais.
Ocorrência
Aproximadamente 10% das pessoas passam por esse problema, sendo mais comum
entre os 40-60 anos de idade (um estudo da década de 1990 aponta que
normalmente quem passa por isso começa com cerca de 46 anos) Crises de
meia-idade duram de 3-10 anos em homens e 2-5 em mulheres.
Conclusão
Com base no que foi anteriormente
apresentado chegou-se a concluir que meia-idade é uma fase
que se inicia aos 40 anos e tem seu ponto culminante dos 60 aos 65 anos.
Ao atingir a meia-idade os adultos
começam a enfrentar algumas questões difíceis do passado, presente e futuro e a
medida que os indivíduos avançam através da idade adulta, aspectos das áreas
motora, cognitiva e afectiva interagem para afectar o comportamento motor, de uma
forma geral todas as alterações geram um desequilíbrio.
Crise da meia-idade éusado para
descrever uma forma de insegurança sofrida por alguns indivíduos que estão
passando pela "meia-idade normalmente quem passa por isso sente uma enorme
vontade de mudar seus modos de vida fazendo gastos exagerados com aquisições
fúteis, abandonando o emprego ou terminando o casamento, etc.
Bibliografia
GALLAHUE, D.L. OZMUN,
J.C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor – Bebés, Crianças, Adolescentes e
Adultos. 3ª ed. São Paulo: Phorte, 2005. 585 p.
BUSARELLO, C. S. A
Crise da Meia-idade. 1ª ed. Editora: Porto Editora 2004.
Sem comentários:
Enviar um comentário