terça-feira, 30 de abril de 2013

Planejamento da acção didáctica


Introdução


     O nosso estudo que tem como tema organização do processo ensino/aprendizagem abordará a problemática em volta dele os critérios a levar em conta ao organizar este processo visto que é das actividades que requer muita atenção e dedicação para que se obtenham êxitos e estes êxitos passam pela organização / Planejamento das actividades da serem levadas a cabo.

     Abordaremos os mais variados tipos de planos sua função e fase a ser usado bem como os agentes participantes na elaboração dos mesmos e os benefícios de se elaborar atempadamente as actividades do processo ensino / aprendizagem.

     O presente estudo tem como objectivos: conhecer os diversos tipos de planos analisar cada tipo de plano e as implicações no seu uso.

     Este tema é importante porque o acto de ensinar é um dos mais nobres e requer que se tenha muita atenção para que se possam colher frutos ou resultados animadores.

     É um tema actual que surge da necessidade cada vez maior de os professores organizarem o processo de ensino /aprendizagem  levando em conta as necessidades dos alunos.



















Planejamento da acção didáctica


     Relativamente ao termo planejamento da acção didáctica vários são os autores que se debruçaram sobre o mesmo passaremos a citar os seus dizeres: planejar é analisar uma dada realidade, reflectindo sobre as condições existentes, e prever as formas alternativas de acção para superar as dificuldades ou alcançar os objectivos desejados;

     O planejamento de ensino refere-se á previsão quanto à orientação da aprendizagem que pode efectuar-se através dos planos de curso, de unidade e de aulas;

     O planejamento de ensino é o que mais directamente está ligado ao ensino, visando objectivamente efectiva-lo.

     Representa em última instância, um trabalho de reflexão sobre com orientar o ensino para que o educando efectivamente alcance os objectivos da educação, da escola, do curso e das áreas de estudo ou disciplinas.


Etapas de planejamento


     Ao organizarmos o processo ensino aprendizagem devemos no fazer as seguintes perguntas:


Ø  O que pretendemos realizar (objectivos);

Ø  O quê e como vamos fazer (procedimentos);

Ø  O que e como devemos verificar se os objectivos foram alcançados.

Ø  Devemos ainda saber:

Ø  A quem leccionar, porque leccionar, o que leccionar, como leccionar, como verificar e avaliar.


A quem leccionar


     A quem leccionar está relacionado com o tipo de alunos a que visa o ensino. Refere-se também às peculiaridades e possibilidades dos médios. Este é um aspecto fundamental do planejamento didáctico: todo trabalho escolar deve girar em torno deste tópico. De nada adiante um planejamento minucioso se não tem em vista quem dele se pode aproveitar. Ou melhor, o planejamento tem probabilidades de sucesso quando efectuado sem esquecer a quem se destina.

     É com base nas necessidades e peculiaridades destes, em conjugação com as necessidades do meio que deve ser erigida toda a estruturação da escola e do ensino.


Porque leccionar


     Está relacionado com os objectivos da educação e da escola bem como os da disciplina a ser leccionada.

O que leccionar


     Está relacionado com o curso, grau e o conteúdo que tem de ser tratado. O trabalho de selecção de conteúdo não pode deixar de lado o ponto de vista dos interesses regionais e das necessidades e fase de desenvolvimento do aluno. Quanto ao item em foco, o professor tem de levar em conta as outras disciplinas e actividades do curriculum a fim de se articular com as mesmas, em planejamento global da escola.


Como leccionar


     Está relacionado com os recursos didácticos que o professor tem de realizar para alcançar os objectivos que se propõe, através da aprendizagem dos seus alunos. Alberga os métodos e técnicas de ensino e todos os demais recursos auxiliares, que não são mais do que meios para estimular a aprendizagem do educando.


Como verificar e avaliar


     Refere-se a maneira de recolher dados a respeito da aprendizagem dos educandos e como avalia-los a fim de saber se o ensino está surtindo os efeitos esperados, se está adequado a quem se destina e se é preciso realizar ajustes no planejamento de ensino.

O planejamento de cada actividade, área de estudo ou disciplina, compreende:


Ø  Plano de curso;

Ø  Plano de unidade;

Ø  Plano de aula.   


     Planejamento de ensino:


Ø  Previsão das acções e procedimentos que o professor vai realizar em seus alunos;

Ø  Organização das actividades discentes e experiencias de aprendizagem, visando atingir os objectivos educacionais estabelecidos.


     O professor ao planejar o ensino antecipa, de forma organizada, todas as etapas do trabalho escolar. Cuidadosamente, identifica os objectivos que pretende atingir, indica os conteúdos que serão desenvolvidos, selecciona os procedimentos que utilizará como estratégia de acção e prevê quais os instrumentos que empregará para avaliar o processo dos alunos. (TURRA et alii apud HAYDT, 2000,p.98).


     Aspectos didácticos:


Ø  Recursos disponíveis;

Ø  Objectivos educacionais considerados mais adequados e necessários para os alunos em questão;

Ø  Prever e organizar os procedimentos, bem como as actividades e experiencias de construção do conhecimento consideradas mais adequadas para os objectivos estabelecidos;

Ø  Prever e recolher recursos de ensino mais adequados para estimular a participação dos alunos nas actividades;

Ø  Prever os procedimentos de avaliação condizentes com os objectivos propostos.


  Planos didácticos:


Ø  O plano didáctico deve ser um documento escrito, trata-se do registo das conclusões do processo de previsão das actividades docentes e discentes.

Ø  Essa forma de registo vai depender de cada professor, mas o que se recomenda é que ele faça as anotações de modo simples, claro e preciso.

Ø  Trata-se de um roteiro, instrumento de referência.


     Os planos devem ser pessoais. Precisam retratar a personalidade do professor, suas concepções individuais, sua capacitação profissional. Planos elaborados por outros, ou mesmo por equipas de educadores, poderão ser consultados como fontes de ideias, mas nunca devemos copia-los. Todo trabalho didáctico tem de ser criativo, jamais repetitivo. (CARVALHO apud, HAYDT, 2000, p.100).


     O planejamento do trabalho didáctico não deve ser repetitivo porque a cada ano os professores lidam com alunos com capacidades e dificuldades diferentes por isso há a necessidade de planejar baseando-se nas peculiaridades dos alunos.



Plano de curso


     É a previsão de todas as actividades escolares em uma área de estudo ou disciplina, durante o período de lectivo, correspondente a uma serie.


     Previsão dos conhecimentos e actividades a serem conhecidos durante um período de tempo.


Procedimentos


Ø  Levantar dados sobre as condições dos alunos;

Ø  Propor objectivos gerais e definir objectivos específicos;

Ø  Indicar os conteúdos a serem desenvolvidos;

Ø  Estabelecer as actividades e procedimentos do ensino/ aprendizagem adequados aos objectivos e conteúdos;

Ø  Seleccionar e indicar os recursos a serem utilizados;

Ø  Determinar as formas de avaliar.


     Assim, plano de curso é uma previsão e reflexão sobre o que melhor se possa fazer quanto ao ensino de uma actividade, área de estudo ou disciplina durante o período ou período lectivos onde ela é leccionada.

     O planejamento do curso depende muito do tempo disponível, uma vez que nas pretensões de realizações estão de certa forma relacionadas a horas de trabalho disponíveis.

     O plano de curso pode constar de três momentos, o vertical, o horizontal e o do entrosamento.


Momento vertical


     É aquele em são indicadas as unidades do programa e o número de aulas correspondentes a cada uma delas, em vista do significado das mesmas.


Momento horizontal


     Consiste na especificação das unidades quanto a sua expressão e unidade, agora passível de melhor explicitação devido a ser conhecido o numero de aulas atribuído a cada uma delas. Assim, cada sector do plano vertical receberá especificação mais detalhadas nos subtemas e subunidades serão ajustados ao tempo disponível.

No final deste segundo tempo, o professor tem uma visão bem nítida do trabalho que pretende e que pode desenvolver.


Momento de entrosamento


     É aquele em que as diversas actividades, áreas de estudos e disciplinas vão realizar um trabalho de aproximação e entrosamento é melhor que este trabalho seja realizado primeiro com as actividades, áreas e disciplinas a fim; depois, com as demais.

     A coordenação de disciplinas exige reuniões periódicas dos professores, para que, mais objectivamente, sejam planejados os trabalhos em comum assim a coordenação só se inicia nesse momento uma vez que deverá desenvolver-se por todo ano lectivo.


Plano de unidade


      Previsão de uma sequência de aulas sobre assuntos correlatos.

Procedimentos:

Ø  Apresentação: identificar e estimular o interesse dos alunos, tentando aproveitar seus conhecimentos prévios;

Ø  Desenvolvimento: organizar e apresentar situações de ensino/aprendizagem, estimulando a participação activa dos alunos (problemas, projectos, estudos de textos, estudos dirigidos, pesquisa, experimentação, trabalhos em grupo;

Ø  Integração: síntese dos conhecimentos trabalhados (elaboração de relatórios, organização de resumos e quadros sinópticos).


      As unidades são, assim, todos não muito extensos nem muito curtos e portadores de uma estrutura íntima que os torna compreensíveis e significativos.

      As unidades não são mais do que unidades de aprendizagem, isto é conjunto de factos dados ou comportamentos inter - relacionados formando um conjunto mais facilmente apreensível devido a sua compreensívidade e significação o que facilita em muito a aprendizagem.

     O planejamento de uma actividade deve ser mais objectivo ou preciso do que o plano de curso, porque esta mais próximo da sua execução, da sua efectivação através do ensino.



Momento de plano de unidade


     Planejamento de umas unidades também consta de três momentos: vertical, horizontal e de coordenação.


     Momento vertical: consiste em indicar as sub unidades e os géneros de horas - aulas e o número de horas – aulas que poderão ser destinadas para cada uma das unidades

.

     Momento horizontal: é aquele em que cada sub - unidade tem a sua extensão e profundidade delimitada.


     Momento de coordenação: é aquele em que poderão ser feito reajustes em função da articulação com outras actividades, áreas de estudo ou disciplina.


Plano de aula


Conceito


     A palavra vem do grego, aulé, pátio, em especial, pátio do palácio real, através do latim aula (ae), pátio. O sentido de sala onde se administram lições, prende - se ao significado antigo, através da acepção de recinto espaçoso, à maneira de pátio.

     Aula é um variável período de tempo em que o professor activa o processo ensino – aprendizagem estabelecidos.

     O sentido moderno de aulas deve ser o de alunos procurando o saber, ao invés de recebê - lo ( Cousinet ).

     Pode - se dizer que aula é um determinado período de tempo vivido entre o professor e aluno em que aquele orienta as actividades deste., tendo em vista leva – lo a alcançar objectivos predeterminados.

     O professor fornece o material sobre o qual os alunos vão trabalhar; dá regras e indicações de trabalho e os alunos realizam a aula, no lugar do professor.

     O plano de aula é um projecto de actividade. Destina – se a indicar elementos concretos de realização de unidade didáctica e, consequentemente, do plano de curso.

     O conceito de plano de aula pode ser assim expresso:

     Plano de aula é a previsão mais precisa e possível quanto a conteúdo, materiais e actividades didácticas que activem o processo ensino – aprendizagem capaz de possibilitar ao educando alcançar objectivos previamente estabelecidos.

     O plano de aula é um roteiro disciplinador de trabalho de esforços. Sua elaboração não cria obrigatoriedade de cumpri – lo fielmente, sem afastamento do mesmo. Pelo contrario, segundo as circunstancias, o professor deve afastar - se do plano. Depende da acuidade pedagógica do professor saber quando ou não deixar de lado o plano, para aproveitar motivações espontâneas, a fim de dar outro rumo a aula – e com mais proveito para os alunos do que se teimasse em seguir o plano.

     O professor deve elaborar os planos de aula á medida que for desenvolvendo o curso. Uma unidade pode comportar uma série de aulas. Mas, nada impede, conforme o assunto, que a unidade realize uma só aula. Todo o plano de aula deve ter um conjunto significativo de conteúdo que tenha um princípio, uma sequência e um fim, e permita a estruturação de um todo lógico ou psicológico sobre o qual possa o aluno reflectir.

     A aula deve sofrer um planejamento por parte do professor, no escopo de levá – lo a reflectir e sistematizar o que vai executar em classe, eliminando, desta maneira, a pura e simples improvisação.

     O plano de aula obriga o professor a pensar sobre o que vai fazer, sobre o que vão fazer os alunos, no material didáctico e necessário e nos procedimentos que melhor se ajustem ao tipo de tarefas a executar.

     Logo, o plano de aula, em última analise, não é mais do que uma reflexão sobre o trabalho a ser realizado em classe.        


Elementos


     Os elementos de aula, praticamente, são os mesmo do plano de curso ou de unidade, somente que de forma bem mais objectiva e precisa.

     Assim seus elementos são:


Ø  Tempo disponível, que pode variar de 20-30 a 90 minutos, dependendo do grau de ensino, da serie e da actividade a desenvolver e da metodologia adoptada;

Ø  Objectivos instrucionais;

Ø  Conteúdo da aula referente a uma ou mais subunidade;

Ø  Material didáctico, indicado com precisão;

Ø  Plano de acção didáctica, indicando motivação inicial e de desenvolvimento, métodos e técnicas de ensino e formas de fixação e avaliação da aprendizagem;

Ø  Avaliação de continuidade;

Ø  Bibliografia;

Ø  Critica da aula.




Esquema geral de planejamento de ensino


     Segue-se um esquema de planejamento, que pode servir a qualquer actividade escolar que compreenda ensino – aprendizagem.

     Assim, um plano de curso, de unidade, de aula ou mesmo de períodos mensais, bimensais ou semestrais podem ajustar-se ao presente esquema e que consta de 4 itens principais, a saber: objectivos, conteúdo programático, plano de acção didáctica e avaliação.


Objectivos


     Os objectivos apresentam as metas visadas através do processo ensino – aprendizagem, após a execução de uma tarefa, de uma subunidade, de uma unidade, do programa de uma actividade, área de estudo ou disciplina, bem como de todo um curriculum.

     Os objectivos podem se informativos, de automatização e formativos ou instrucionais e educacionais.


Conteúdo


     Representa o objecto de estudo através do qual se espera alcançar os objectivos. Este conteúdo pode ser de uma actividade, área de estudo ou disciplina.

     Representa, pois, o conjunto de experiencias referentes ao motivo de um processo ensino – aprendizagem que se prevê sejam capazes de levar o educando a alcançar os objectivos almejados.

     Em síntese, o conteúdo representa aquilo que o educando vai realizar ou estudar, na suposição de que seja capaz de conduzir ate os objectivos visados.


Plano de acção didáctica


     Representa os métodos e técnicas de ensino e a disposição dos mesmos para o estudo programático, a fim de que sejam alcançados, mais eficientemente, os objectivos visados. É bom ter em mente que muitos objectivos, principalmente os formativos, são alcançados mais eficientemente com o emprego de métodos e técnicas activos do ensino.

     O plano da acção didáctica pode ser preponderantemente instrucional ou educacional, podendo receber também a denominação de estratégia.

     Plano de acção didáctica ou estratégia representa a selecção e disposição de uso de recursos disponíveis para a orientação do ensino, tendo em vista serem alcançados mais eficientemente os objectivos de modificação, ampliação ou enriquecimento do comportamento do educando.


Avaliação


     A avaliação consiste na apreciação dos resultados do ensino, a fim de se saber se os objectivos foram ou não alcançados. Fornece elementos, também, para reflexão sobre a justeza ou não dos objectivos, do conteúdo programático, do plano de acção didáctica e mesmo sobre o curriculum.

     Assim, a avaliação fornece dados que, adequadamente interpretados podem conduzir a uma formulação dos objectivos, do conteúdo programático ou dos planos de acção didáctica, a fim de que o processo de ensino se torne mais eficiente e mais ajustadas as necessidades do educando e da sociedade.

     A avaliação, em última analise, representa a reacção do educando, seu feedback, que vai permitir o reajustamento, realimentação no todo ou em parte do processo ensino – aprendizagem referente a um educando ou um grupo.

     Esquematicamente, pode se representar o planejamento de ensino da seguinte forma:

Ø  Sondagem;

Ø  Planejamento;

a)      Objectivos (educacionais e instrucionais).     


Planejamento de aula


     Especifica e operacionaliza os procedimentos diários para a concretização dos planos de curso e de unidade.

     Procedimentos:


Ø  Prevê os objectivos imediatos a serem alcançados;

Ø  Especifica os itens e subitens do conteúdo que serão trabalhados durante a aula;

Ø  Define os procedimentos de ensino e organiza as actividades de aprendizagem de seus alunos (individuais e em grupo);

Ø  Define os recursos a serem utilizados para estimular o interesse e a participação dos alunos, assim como facilitar a compreensão dos conteúdos;

Ø  Estabelecer como será feita a avaliação das actividades.

Conclusão


     Uma actividade básica da qual depende em grande parte o êxito da acção docente é o planejamento didáctico. Falha-se quanto aos reais objectivos do planejamento quando se faz dele mera actividade burocrática, um trabalho a mais a ser cumprido pelos professores que não se apercebem de suas finalidades.

     Planejar, portanto, é prever, é criar, é agir.





















                                








Bibliografia


HAYD,Regina Célia Cazaux. Curso de Didactica Geral. São Paulo, Ática. 2000.

BORDANAVE,J.D.; PEREIRA, A. M. Estratégias  de ensino aprendizagem. 14, ed. Petrópolis, Vozes. 1994.

NÉRICI, Imídeo Giuseppe, Didáctica  Geral  Dinâmica, Cadit Atlas, São Paulo, 1992.

Sem comentários:

Enviar um comentário