Introdução
Em 25 anos, o vírus da imunodeficiência
humana (HIV) atingiu 65 milhões de pessoas, matando mais de 25 milhões dentre
elas. Enquanto a África subsaariana continua sendo a mais atingida, a antiga
URSS é a zona aonde a infecção vem se propagando com maior rapidez actualmente.
Para um grande número de países, o pior ainda pode estar por vir.
São dados extremamente lamentáveis, e
têm-se aumentado rapidamente. Sendo assim, elaborou-se este trabalho que
resumidamente dar-nos-á mais informações sobre esse vírus, como ele é
transmitido, como se prevenir dele, quais
os cuidados a se ter com alguém
infectado por ele e outras várias informações sobre o mesmo serão abordadas
neste trabalho com um tema tão interessante (como foi apresentado na capa), e que será de grande ajuda para
todos nós, visto que ainda precisamos aprender muito sobre ele.
Esperamos que este trabalho, devido a
sua forma simples e fácil de se entender, cumpra o seu principal objectivo:
esclarecer a informação apresentada com a mais clareza possível.
HIV e Sida
O
vírus HIV (em inglês, Human ImmunoDeficiency Virus, que significa Vírus da Imunodeficiência Humana) é um micróbio que só se
consegue ver com um microscópio especial. O HIV ataca as células do sistema
imunitário (o sistema de defesa do organismo humano). Pouco a pouco, essas
células tornam-se incapazes de proteger o organismo humano contra infecções e
tumores. Por isso, as pessoas que têm SIDA apanham doenças que o seu organismo
não consegue combater.
SIDA
(Síndroma de Imunodeficiência Adquirida)
SÍNDROMA:
|
Conjunto de
sinais e sintomas;
|
IMUNO:
|
Sistema
imunitário, o sistema de defesa do organismo humano;
|
DEFICIÊNCIA:
|
Não funciona
bem;
|
ADQUIRIDA:
|
Foi contraída
e não é hereditária.
|
O
SIDA é uma doença causada por um vírus chamado HIV. Nos doentes com SIDA, o sistema imunitário não funciona bem.
O sistema imunitário é o conjunto das defesas naturais do organismo contra as
doenças. Ainda não existe cura, nem uma vacina para esta doença, mas existem
actualmente medicamentos capazes de controlar a infecção e permitir uma vida
mais saudável e longa.
Transmissão
Como se transmite o HIV
As
secreções da vagina, o sémen (esperma) e o sangue das pessoas infectadas contêm
o vírus HIV. O vírus transmite-se quando estes líquidos passam de pessoa para
pessoa. Significa que o HIV pode
transmitir-se através de: relações sexuais sem protecção com uma pessoa
que tem o vírus. Agulhas, seringas e qualquer instrumento que corta ou perfura
a pele (lâmina, bisturi, etc.), e que não foi esterilizado. Uma mãe infectada
com o HIV para o seu bebé, durante a gravidez, parto ou amamentação. Transfusão
de sangue, se o sangue não foi testado para garantir que não tem o HIV. Sangue
duma pessoa com o HIV que entra em contacto com um corte ou uma ferida aberta
de outra pessoa.
Como NÃO se transmite o HIV
O
HIV não vive fora do corpo humano por mais do que uns minutos. Não pode viver
no ar nem na água. Não é transmitido pela saliva nem pelo suor. Isto significa
que o HIV não se transmite das
seguintes maneiras:
Tocar,
abraçar, ou beijar. Comer do mesmo prato ou beber do mesmo copo. Dormir na mesma
cama. Usar as mesmas roupas, toalhas, ou mantas. Usar a mesma latrina ou casa
de banho. Cuidar de alguém com o HIV e SIDA. Picada de mosquito ou outros
insectos.
Transmissão E Prevenção
As
principais formas de transmissão e prevenção do HIV são:
Relações Sexuais
A principal forma de transmissão é através da
relação sexual sem protecção. Durante as relações sexuais sem protecção, o HIV
contido no sémen (esperma), secreções vaginais ou sangue duma pessoa infectada,
pode passar directamente para outra pessoa.
Qualquer
lesão ou ferida aumenta o risco de
transmissão, porque facilita a entrada do HIV. É pior se as lesões resultam
duma violação, sexo forçado ou violento.
Uma pessoa com uma infecção de transmissão sexual
(ITS) tem maior risco de apanhar o HIV. Isto porque as ITS podem causar
feridas ou inflamação nos órgãos genitais, servindo de porta de entrada para o
HIV. O sexo anal é o mais
perigoso, porque o ânus é mais frágil do que a vagina e pode rasgar e sangrar
facilmente.
“Sexo
seco” aumenta o risco de contrair a infecção
pelo HIV. Muitas mulheres introduzem panos ou substâncias dentro da vagina que
a deixam seca. Um dos objectivos é de aumentar a fricção durante o acto sexual.
Estas práticas são perigosas pois causam lesões na vagina que podem facilitar a
entrada do vírus HIV e outros micróbios que causam ITS. O álcool e as drogas podem
fazer com que a pessoa não pense claramente e levá-la à prática de sexo não
seguro.
Uma
das maneiras mais comuns de se prevenir, é usar o preservativo durante qualquer
tipo de relação sexual (quer oral ou anal), mas, até o momento, a melhor forma
de evitar a transmissão do HIV Sida via relações sexuais, é a fidelidade
conjugal, embora a transmissão não aconteça simplesmente por causa de relações sexuais,
conforme veremos mais abaixo.
Transmissão
Mãe-Filho
A
transmissão do HIV de uma mãe infectada para o seu bebé pode ocorrer durante a
gravidez, o parto, ou a amamentação. A maior parte dos casos ocorre durante o parto.
Agulhas,
Seringas, Lâminas
O
HIV pode ser transmitido pelo uso de agulhas, seringas e objectos perfurantes
ou cortantes que não estejam esterilizados. As injecções podem ser perigosas. Os instrumentos utilizados para
furar as orelhas, fazer tatuagens, ou circuncisão tradicional podem transmitir
o HIV. Nos ritos tradicionais, às vezes o curandeiro utiliza a mesma lâmina
para “vacinar” toda a família que está com algum mal; esta prática pode também
transmitir o HIV.
Os
riscos no barbeiro e no cabeleireiro são mínimos, se os aparelhos que envolvem contacto
com o sangue forem desinfectados. Injectar drogas e usar a mesma agulha ou seringa
em mais duma pessoa também transmite o HIV.
As injecções devem ser usadas apenas quando
absolutamente necessárias.
Devem ser aplicadas apenas por pessoas
treinadas. Utilizar uma seringa e agulha nova de cada vez, ou uma seringa e
agulha esterilizadas. NUNCA se deve utilizar agulhas ou seringas mais de uma
vez, sem as esterilizar previamente. Qualquer instrumento usado para
cortar ou perfurar a pele deve ser adequadamente esterilizado ou desinfectado
antes da sua utilização. Evitar práticas tradicionais que cortam ou perfuram a
pele.
Embora
estas práticas devam ser evitadas, se a elas recorrer, o curandeiro deve sempre
usar uma lâmina ou agulha nova para cada pessoa. Os utilizadores de drogas injectáveis
devem sempre esterilizar ou desinfectar o seu material e nunca pedir agulhas e
seringas emprestadas.
Qualquer
pessoa que tem um pequeno corte ou ferida nos dedos, especialmente o
trabalhador de saúde, deve ter cuidado para evitar que essas lesões entrem em
contacto com sangue ou outros líquidos duma pessoa infectada pelo HIV.
Transfusões De
Sangue
Se
uma pessoa receber sangue contaminado pelo HIV, ela se infectará. Normalmente,
usam-se transfusões de sangue para tratar anemias graves, especialmente em
crianças, ou durante o parto, ou em casos de acidente ou tratamento cirúrgico
que impliquem grandes perdas de sangue. O sangue para a transfusão é
habitualmente testado para o HIV. Apesar disso, existe um pequeno risco de o
dador estar no “período janela” (explicado mais abaixo). Este é um período de
1-3 meses em que o teste do HIV ainda é negativo, apesar de a pessoa estar infectada,
isto é, já ter o vírus no sangue.
O Teste Do Hiv
Para
saber se uma pessoa está ou não infectada pelo HIV, é preciso fazer o teste do
HIV. Este teste detecta a presença de anticorpos contra o HIV. Anticorpos são substâncias
que o corpo produz contra agentes infecciosos. O teste mais comum é o teste
rápido. Basta colher uma gota de sangue. Pouco tempo depois, obtém-se o
resultado do teste.
São
possíveis três resultados: Positivo: a pessoa está infectada pelo HIV, ou seja,
apresenta anticorpos anti- HIV; signifi ca que essa pessoa é seropositiva para o HIV; Negativo: ou
a pessoa não está infectada pelo HIV, ou ainda não tem anticorpos contra o HIV
detectáveis, porque apanhou a infecção há pouco tempo; Indeterminado: o teste
não é positivo nem negativo. No caso de ser negativo ou indeterminado, o teste
deve ser repetido 3-4 semanas depois. Em caso de dúvida, o teste deve ser
repetido 3 meses depois da última exposição suspeita.
Período De Janela
Quando
uma pessoa se infecta com o HIV, a presença de anticorpos só é detectável pelo
menos 3 semanas depois (se forem usados os testes de HIV actualmente disponíveis
em muitos países). Este período em que o teste não detecta os anticorpos, chama-se
período de janela. Pode ir até 3
meses.
Se
uma pessoa suspeita ter sido infectada com o HIV, precisa de esperar pelo menos
3 semanas para fazer o teste. Se for negativo, deve-se repetir o teste 3 meses
depois. Durante o aconselhamento
pré-teste, faz-se a preparação para o teste, discutem- se as
perspectivas em caso de o resultado ser positivo, a pessoa pode expor as suas
dúvidas e receios, e receber informações mais detalhadas sobre o teste. Depois
dessa informação, a pessoa pode decidir fazer ou não o teste. Durante o aconselhamento pós-teste, a pessoa é
preparada para receber o resultado. O principal objectivo é ajudar a pessoa a
compreender o resultado do seu teste e a iniciar a sua adaptação ao seu estado
HIV-positivo ou HIV-negativo.
O
resultado do teste é confidencial, isto é, só o conselheiro e a própria pessoa que
fez o teste sabem qual é o resultado. Cabe ao próprio decidir informar, ou não,
a família e/ou os amigos. Mas deve ser encorajado a trazer os parceiros sexuais
para fazer o teste.
Quando o teste é
positivo, deve-se revelar o resultado de maneira clara e delicada, oferecendo
apoio emocional. Quando a pessoa descobre que é HIV-positiva, muitas vezes fica
desolada.
As
primeiras reacções podem ser de enorme emoção e às vezes, de negação do resultado.
Por vezes, também de irritação, desespero e de procura de culpados. A pessoa
pode também ter uma reacção de medo. Pode exprimir medo de perder o emprego, de
ser rejeitada, de enfrentar a família ou o parceiro, ou de deixar a família sem
recursos. A pessoa pode perder todas as esperanças e poderá ter o desejo de
morrer. O receio da discriminação e isolamento pela família e pela comunidade
levam muitas pessoas a esconderem o seu estado.
A
pessoa que descobre que é HIV-positiva deve ser aconselhada a procurar encontrar
alguém de confiança com quem possa falar à vontade. Não é aconselhável isolar-se
e enfrentar sozinho, os seus medos e preocupações. Pode também obter apoio de
grupos de pessoas vivendo com o HIV. O aconselhamento pós-teste é extremamente
importante, especialmente para as pessoas cujo teste foi positivo.
Fases Da
Infecção Pelo Hiv
Infecção Primária Por Hiv
No
início da infecção, a pessoa que se infecta com o HIV pode ter sintomas
parecidos com uma gripe. Normalmente, o doente não se sente muito mal. Pode até
não sentir nada. Os sintomas podem ser diversos e não especificados, como:
Ø Febre
Ø Dores de
garganta
Ø Borbulhas
Ø Gânglios
linfáticos aumentados
Ø Dores nos
músculos
Esta
fase dura 1-2 semanas. Nesta
fase, o teste do HIV é negativo. No entanto, a pessoa está infectada e pode
transmitir o vírus a outras pessoas. Esta é a fase em que a transmissão do
vírus é mais provável, pois o HIV está presente no sangue em grandes
quantidades.
Fase Assintomática Ou Com Sintomas Ligeiros
Depois,
segue-se uma fase sem sintomas ou com sintomas ligeiros:
Ø Gânglios
linfáticos aumentados em diferentes partes do corpo
Ø Perda de peso
Ø Doenças da pele
(comichões e infecções da pele)
Ø Úlceras na boca
Ø Zona (herpes
zoster)
Ø Infecções respiratórias
superiores repetidas
Ø Esta fase pode
durar em média, 7 a 10 anos.
Fase Avançada
Depois,
a pessoa com o HIV começa a ficar doente, a perder peso, e pode ter infecções
oportunistas. Infecções oportunistas são
aquelas que ocorrem frequentemente, e/ou com mais gravidade, na pessoa com o
HIV, cujo sistema imunitário está deficiente. Para além das infecções
oportunistas, os doentes que têm o sistema imunitário enfraquecido podem também
desenvolver tumores malignos (cancro).
Na
fase final da infecção pelo HIV, à medida que a infecção vai progredindo, a pessoa
apresenta mais doenças e a perda de peso é mais acentuada.
Estados da
infecção pelo HIV (OMS)
Para
facilitar a decisão sobre o início do tratamento, a OMS classifica a infecção em
estados: aqui temos exemplos de algumas condições em cada estado:
Infecção Primária Por Hiv
Assintomático
(sem sintomas) Síndroma retroviral agudo (espécie de gripe, 2 a 4 semanas
depois da infecção).
Estado 1
Ø Assintomático Assintomático
Ø Linfadenopatia
persistente generalizada (gânglios linfáticos aumentados por todo o corpo)
Estado 2
Ø Ligeiro Perda
de peso < 10%
Ø Doenças da pele
(comichões, infecções por fungos nas unhas, dermatite seborreica, herpes
zoster, etc.)
Ø Úlceras ou aftas
recorrentes na boca, feridas nos cantos da boca
Ø Infecções do
tracto respiratório (otite, faringite, bronquite, etc.) repetidas (> 3
episódios por ano)
Estado 3
Ø Avançado Perda
de peso > de 10%
Ø Diarreia
persistente (> de 1 mês)
Ø Febre > de 1
mês (sem causa aparente)
Ø Candidíase,
úlceras graves na boca
Ø Candidíase
vulvo-vaginal > de 1 mês ou recorrente
Ø Tuberculose
pulmonar diagnosticada nos últimos dois anos
Ø Infecções
bacterianas graves (pneumonia, infecções ósseas ou articulares, meningite,
etc.)
Estado 4
Ø Grave Na
cama > de 50% do tempo
Ø Perda de peso
progressiva, com fraqueza, febre e diarreia
Ø Pneumonia
bacteriana recorrente grave
Ø Candidíase
esofágica
Ø Tuberculose
extrapulmonar
Ø Sarcoma de
Kaposi.
A Transmissão do HIV nas Diferentes Fases da
Infecção
A
maior parte das pessoas infectadas com o HIV apresenta um aspecto saudável
durante anos, depois de se terem infectado. Apesar de não terem sintomas, estas
pessoas têm o vírus no seu corpo, e podem transmiti-lo a outras pessoas. A
probabilidade de uma pessoa infectada transmitir o HIV a outra é maior nas
seguintes fases: Pouco depois de se infectar com o HIV (durante o primeiro
mês); Na fase tardia da infecção, quando aparecem os sintomas de doença. Isto
porque, nestas fases, o HIV está presente em grandes quantidades. No entanto, o
HIV pode transmitir-se em qualquer fase da infecção.
Doenças Que Levam À Suspeita De Infecção Pelo Hiv
Deve-se
suspeitar que um doente tem o HIV se apresenta infecções repetidas. Por vezes,
os doentes com o HIV apresentam mais duma doença ao mesmo tempo. Sempre que
aparecem pessoas portadoras das doenças e condições abaixo mencionadas deve-se
pensar sempre na possibilidade de estarem infectadas pelo HIV:
Ø Tuberculose
Ø Infecções do
tracto respiratório superior, repetitivas
Ø Diarreia
persistente de mais de um mês de duração
Ø Candidíase
vaginal que não responde ao tratamento correcto em duas consultas consecutivas
Ø Pneumonia grave
Ø Úlceras na boca
com mais de um mês de duração
Ø O sarcoma de
Kaposi e a candidíase esofágica são doenças que apontam definitivamente para o
diagnóstico de SIDA.
Os
doentes com estas manifestações devem fazer o teste do HIV e ser avaliados pelo
clínico. Os doentes graves devem ser transferidos com urgência para uma unidade
sanitária com mais recursos. Os sinais de perigo num doente com SIDA,
indicativos da necessidade de transferência, são os mesmos para as outras
doenças.
Apoio às
Pessoas HIV-Positivas
Estigma E Discriminação
Há
muita tendência para isolar socialmente as pessoas com o HIV. Discrimina-se as
pessoas só porque têm uma infecção chamada HIV. Esta é a principal razão pela
qual as pessoas receiam fazer o teste do HIV e descobrir que estão infectadas.
Receiam vir a ser alvos de discriminação. Preferem ignorar, apenas para virem a
saber que têm SIDA quando já estão perto da morte. Ainda há pessoas que têm
problemas em partilhar a mesma casa de banho que uma pessoa HIV-positiva, e que
não se sentem à vontade para comer do mesmo prato. Isto acontece apenas porque
desconhecem que o HIV não se transmite deste modo. Nunca se deve discriminar uma pessoa porque ela tem o HIV.
Alguns Conselhos Para, Os Familiares, Colegas E
Amigos
Os
familiares, colegas e amigos têm as suas próprias dúvidas, preocupações e
receios em relação ao futuro do doente. Precisam de apoio para encarar a situação.
Devem saber que o HIV não se transmite através dos alimentos ou água, por partilhar
a comida, louça, ou utensílios de cozinha, ou por se tocar, apertar as mãos ou
abraçar. Não é preciso que as pessoas doentes com SIDA tenham que viver ou
dormir sozinhas. Não se deve ter medo de se viver com uma pessoa com o HIV. Em
geral, não há riscos ao cuidar dos doentes com SIDA, desde que se tome as
medidas de segurança habituais para evitar apanhar qualquer infecção de
qualquer doente que esteja a receber cuidados.
Como Apoiar Uma
Pessoa Vivendo Com O Hiv?
Ø Dar apoio moral,
psicológico e social
Ø Não rejeitar ou
isolar
Ø Considerar a
pessoa com o HIV como uma pessoa normal
Ø Encorajá-la a
usar os serviços de saúde
Ø Promover um
ambiente acolhedor no local de trabalho e no seio da família
Aconselhamento
O
aconselhamento é um processo através do qual se ajuda alguém a clarificar ou resolver
os seus próprios problemas. O aconselhamento relacionado com o HIV é muito
importante, porque ajuda as pessoas a compreenderem melhor o problema e a
identificar possíveis soluções para si próprias.
O
aconselhamento deve ser continuado e não apenas antes e depois do teste do HIV.
O principal objectivo do aconselhamento é ajudar a pessoa a encontrar-se a si
própria, de modo a:
Ø Reduzir o nível
de stress;
Ø Adoptar
comportamentos sem riscos;
Ø Quando indicado
o tratamento, cumpri-lo rigorosamente (aderência).
Deve-se
conversar sobre os seguintes aspectos:
Ø Situação social –
relações familiares, aspectos financeiros e sistemas de apoio: familiares,
amigos chegados, a comunidade, recursos religiosos e espirituais, serviços sociais
disponíveis. Deve-se explorar as preocupações relativas ao estigma e ao
isolamento da pessoa e ajudar a ultrapassá-las.
Ø Crianças –
Nas famílias em que a mãe ou o pai, ou ambos, estão com SIDA, as crianças podem
ter necessidades especiais. É necessário conhecer as suas necessidades.
Procurar saber quem poderá ajudar, por exemplo, vizinhos, igrejas, grupos de
mulheres, organizações locais.
Ø HIV e SIDA –
estado de saúde actual, conhecimento sobre o HIV e SIDA, as vias de
transmissão, e evolução da doença. Evitar infecções, incluindo re-infecções do
HIV, através da prática de sexo seguro; Evitar transmitir o vírus a outra
pessoas; Informar a/o sua/seu parceira/o e protegê-la/o do risco de
contaminação; Ter relações sexuais apenas com um/uma parceiro/a.
Ø Aspectos culturais e espirituais – O conselheiro deve conhecer as crenças
locais e examiná-las com a pessoa que está a receber o aconselhamento. Se esta tiver
crenças que são potencialmente nocivas, elas devem ser exploradas, sem contudo
fazer juízos de valor.
Ø Serviços de saúde –
é importante recomendar a utilização destes serviços para prevenção e tratamento
de infecções oportunistas e tratamento anti-retroviral, se necessário.
Ø Outros serviços disponíveis – por exemplo, serviços de cuidados
domiciliários, praticantes de medicina tradicional treinados, serviços de
psicologia, etc.
Envolvimento Em Actividades Comunitárias
As
pessoas com o HIV podem ajudar outras pessoas infectadas, principalmente dando
apoio na gestão do stress e prestando apoio moral e emocional. Podem conduzir
actividades de educação e aconselhamento sobre o HIV e SIDA na comunidade, na
família ou para indivíduos. Existem muitas organizações de pessoas com o HIV
que podem ajudar outras pessoas nas mesmas condições.
Início Do
Tratamento Anti-Retroviral (Tarv)
O
tratamento anti-retroviral (TARV) não deve ser dado a todas as pessoas HIV-positivas.
O início do tratamento com anti-retrovirais é determinado com base no estado clínico
e/ou na contagem de células CD4. As
células CD4 são as defesas naturais do corpo contra as infecções. O HIV penetra
nas células CD4 e mata-as. Quanto maior for a quantidade de vírus no sangue,
maior será a destruição das células CD4. No laboratório, é possível contar quantas células CD4 o doente tem no
sangue. Vá à unidade sanitária para contagem regular de CD4.
O
sistema de classificação da infecção pelo HIV, da OMS, em estados clínicos ajuda
a decidir quando iniciar o TARV. Os adultos e adolescentes iniciam TARV depois
de confirmada a infecção pelo HIV, e quando está presente uma das seguintes
situações:
Ø Estado 1 ou 2,
se a contagem de células CD4 for inferior a 200/mm3
Ø Estado 3, se a
contagem de células CD4 for inferior a 350/mm3
Ø Estado 4,
independentemente da contagem de células CD4;
Nota: O manejo destes doentes pode variar pelo que se aconselha a consulta
das normas em uso em cada país.
A
classificação do estado e a decisão do início de TARV são feitos pelo clínico, tomando
em conta os sintomas e a contagem CD4. Todos
os doentes no estado grave (estado 4) ou com contagem de células CD4 < 200/mm3
devem começar o tratamento anti-retroviral.
Preparação Do Doente
A
pessoa deve ser preparada para tomar os medicamentos ARV de acordo com o que foi
receitado. Isto é, a pessoa tem que estar perfeitamente consciente da
necessidade do seguir rigorosamente o tratamento. Chama-se a isto: aderência do
doente ao tratamento. Uma vez iniciado, o TARV tem que ser feito por toda a
vida. Isto significa tomar os comprimidos todos os dias à mesma hora.
O
acompanhamento do doente em TARV envolve a procura de complicações
da infecção ou
dos medicamentos, uma avaliação da situação psicológica e a aderência ao
tratamento. O sucesso do TARV pode ser constatado clinicamente, através do
aumento de peso do doente e do seu estado geral e de bem-estar. A contagem de
células CD4 complementa este acompanhamento da resposta ao tratamento. Outros
exames laboratoriais devem ser feitos com regularidade para detectar efeitos
adversos dos medicamentos e complicações da própria doença. A periodicidade destes
depende dos medicamentos usados, mas deve ser mais apertada, nos primeiros 6
meses.
Aderência
Aderência
é um termo mais amplo do que simplesmente “cumprimento do tratamento”. O
simples cumprimento do tratamento implica um papel passivo do doente, que
aceita as decisões e conselhos do trabalhador de saúde.
Quando
um programa de tratamento é bem conduzido, os doentes aderem ao plano de
tratamento porque compreendem e partilham a necessidade de tomar regularmente
os medicamentos, e conhecem o impacto da toma correcta destes na evolução da
doença e na qualidade da própria vida. Eles também concordam e aceitam as
mudanças que devem fazer nos seus hábitos quotidianos, e são parceiros activos
nos cuidados da sua própria saúde. A
aderência é um processo partilhado entre o doente e o trabalhador de saúde, no
início e durante o cumprimento de um plano de tratamento.
A aderência aos cuidados inclui:
Ø Cumprimento do
plano de tratamento.
Ø Comparência às
consultas e às análises de laboratório marcadas.
Ø Modificação do
estilo de vida, se necessário, para evitar comportamentos de risco.
A não aderência é definida como:
Ø A falta de toma
dos medicamentos nos horários e na dose recomendada.
Ø O não
cumprimento das consultas marcadas para controlo e para fazer as análises de
laboratório.
Ø A falta de
colaboração na mudança de hábitos, estilo de vida e comportamentos de risco.
Uma
fraca aderência ao TARV produz aumento imediato do número de vírus no sangue e
possível desenvolvimento de resistência do vírus aos medicamentos. Por isso, o
tratamento pode deixar de ter efeito. Também podem ocorrer infecções oportunistas
mais frequentemente. A qualidade de vida piora e o tempo de vida é menor.
Resistência
Quando
combatidos apenas parcialmente, o número de vírus volta a aumentar e o estado
de saúde da pessoa agrava-se de novo. Com o tempo, estes medicamentos (1ª
linha) deixam de ser eficazes. Então, é preciso que o doente mude de tratamento
(2ª linha). Este é muito mais caro do que a 1ª linha e tem um plano de
tratamento muito mais difícil de cumprir. Se o vírus resistente for transmitido
a outra pessoa, esta já não poderá receber o tratamento da 1ª linha, porque
este será ineficaz. A resistência pode desenvolver-se muito rapidamente – em
2-4 semanas para alguns medicamentos! A
aderência é a chave do êxito do tratamento.
Factores que
Influenciam a Aderência
Do doente
Há muitos
factores do doente que podem criar obstáculos à boa aderência:
Os
doentes podem não compreender bem o esquema de tratamento, como tomar os
medicamentos, ou a longa duração do TARV. Quando a pessoa começa a sentir-se melhor,
vai sentir menos necessidade de tomar os comprimidos. É difícil lembrar de
tomar os medicamentos regularmente. A ansiedade, a depressão e a falta de apoio
social, e a confusão mental devida ao HIV influenciam negativamente a toma dos
medicamentos. A depressão elimina a motivação em muitas pessoas, fazendo-as
perder a esperança e a vontade de viver. As crenças sobre o SIDA e as dúvidas
sobre o tratamento. Estigma e discriminação: o doente receia tomar os
medicamentos à frente de outras pessoas. Falta de comida. Uso de drogas e de
álcool. O horário de trabalho, deslocações, falta de apoio para tomar conta das
crianças. Não ter lugar seguro para guardar os medicamentos.
Da medicação
Alguns
doentes têm dificuldade para engolir os medicamentos. Frequentemente, é
necessário explicar e demonstrar como tomar os medicamentos. Efeitos adversos:
se a pessoa não sabe reconhecer nem como actuar perante os efeitos adversos,
pode perder a motivação para continuar a tomar os ARV. A presença de outras
infecções que requerem a tomada de outros medicamentos pode confundir os
doentes.
Da doença
A
demora em se sentir melhor, depois do início do TARV, leva alguns doentes a
desistir do tratamento.
Do sistema de
saúde
Ambiente
dos serviços de saúde desfavorável e horário de atendimento inconveniente para
o doente. Um relacionamento fraco entre o doente e os trabalhadores de saúde
cria desconfiança e obstáculos ao tratamento. Serviços interrompidos, falta de
pessoal ou pessoal mal treinado, falta de medicamentos, ou consultas em
condições deficientes.
Como Apoiar O
Doente Para Aderir Ao Tratamento
Os
grupos de apoio a doentes em tratamento e a educação individual por uma pessoa
que tenha experiência do mesmo tratamento, contribuem muito para melhorar a
aderência. A educação em relação aos ARV inclui: Instrução cuidadosa sobre o
modo de tomar os medicamentos. Dicas sobre como a pessoa se pode lembrar dos
medicamentos (incorporar as medicações nas actividades diárias: escovar os dentes
e tomar a primeira dose da medicação, lembranças, companheiros, caixa de medicamentos
compartimentada, uso do calendário, etc.).
Como Prolongar
A Vida?
Hábitos
Para uma vida
longa de qualidade, é aconselhável manter os seguintes hábitos de vida:
Ø Comer alimentos nutritivos variados.
Ø É necessário
comer diariamente uma combinação de alimentos diversificados.
Ø É especialmente
importante comer muitas frutas e
vegetais. As frutas e os vegetais fornecem vitaminas e minerais que
protegem o organismo contra as infecções oportunistas, garantindo a manutenção
da saúde da pele, dos pulmões e intestinos e o funcionamento do sistema
imunitário. Os comprimidos de vitaminas e minerais não substituem uma boa
alimentação e têm o inconveniente de ser caros.
Comer mais
Ø Muitas vezes,
quando a pessoa com o HIV adoece, perde o apetite. O doente deve esforçar-se
por comer, mesmo não tendo apetite, pois é muito importante que o organismo
tenha energia para combater o vírus. Uma pessoa com SIDA precisa de comer mais.
Recomendam-se 3-4 refeições principais por dia, e 2-3 pequenos lanches entre as
refeições.
Beber muita água e outros líquidos
Ø A diarreia e os
vómitos causam perda de líquidos. A transpiração também causa perda de grandes
quantidades de água. Esta água perdida deve ser substituída e por isso, recomendam-se
8 copos de líquidos por dia, no adulto. A quantidade deve ser maior quando a
pessoa tem diarreia ou vómitos. É aconselhável, sempre que possível, ferver a
água.
Fazer exercício
Ø O exercício
melhora o apetite, desenvolve os músculos, reduz o stress (ansiedade),
aumenta a energia e ajuda a manter a saúde física e emocional. Actividades diárias,
como caminhar, trabalhar na machamba, apanhar lenha ou carregar água,
representam exercício. Se o trabalho duma pessoa não envolve muito exercício, pode
arranjar-se um exercício, que não seja cansativo, por exemplo, andar 2
quilómetros por dia. A pessoa com o HIV deve ser encorajada a fazer exercício e
a manter-se activa e continuar com as suas actividades diárias, desde que se
sinta capaz de as fazer.
Evitar bebidas alcoólicas
Ø A pessoa com o
HIV deve evitar as bebidas alcoólicas. Os doentes em tratamento anti-retroviral
(TARV) não devem consumir bebidas alcoólicas porque o álcool pode agravar os
efeitos adversos dos medicamentos. Além disso, sob a influência do álcool, há
mais tendência para praticar sexo sem protecção.
Deixar de fumar
Ø O tabaco prejudica
a saúde. Por isso, uma pessoa com o HIV que deixa de fumar, vai viver mais
tempo, e com melhor qualidade de vida.
Repousar convenientemente
Ø O corpo precisa
de descanso extra: dormir 8 horas por noite; descansar sempre que se sentir cansado.
Manter boa higiene
Ø Uma boa higiene
pessoal e dos locais onde se cozinha e se come ajuda a prevenir doenças.
Prevenir a malária
Ø Para prevenir a
malária, usar sempre redes mosquiteiras.
Reduzir o stress (ansiedade)
Ø Tentar
descontrair-se o máximo possível. O stress pode afectar negativamente o sistema
imunitário.
Evitar tomar medicamentos desnecessários
Ø Os medicamentos
podem ter efeitos adversos que pioram a saúde.
Atenção imediata às doenças
Ø Quando começam a surgir sinais de doença, como febre ou tosse, o doente deve
procurar tratamento imediato. A rápida atenção aos primeiros sinais de doença
pode prevenir mais danos ao organismo.
Conclusão
A SIDA é um problema enorme. Embora possa ser
esmagador, não devemos deixar que isso se torne numa desculpa para ficarmos
deprimidos e não fazer nada. Enquanto não houver cura, e for mortal, há dois
tipos de acção que a comunidade pode executar, sob o nosso estímulo e
orientação. Podem ser de (1) prevenção, e de (2) atenuação. Embora a ajuda
externa seja bem-vinda, não aparece espontaneamente.
Se a nossa comunidade se organizar e começar a
ajudar-se a si própria, outras pessoas vão ver isso, e vão estar mais dispostos
a ajudar também. Este documento, sozinho, não consegue ajudar-nos a definir uma
estratégia para prevenir e atenuar os efeitos da SIDA. Mas tem ligações e faz
referência a várias técnicas e princípios, explicados numa série de módulos.
Que cada um de nós:
Utilize-os.
Bibliografia
O Discurso
da Prevenção da AIDS: frente às lógicas sexuais de casais sorodiscordantes:
sobre normas e práticas. Physis: Revista
de Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, n.19, v. 2, 349-369, 2009.
POLEJACK, L.
Convivendo com a Diferença. Dinâmica
Relacional de Casais Sorodiscordantes para o HIV/AIDS. Dissertação de Mestrado.
UNB. Departamento de Psicologia, Brasília, 2001.
RACHID,
Márcia & SCHECHTER, Mauro. Manual de
HIV/AIDS. 8 ed. Rio de Janeiro. Revinter, 2005.
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ResponderEliminarI'm Trisha Nelson, from the USA. I contracted HIV 4 years ago, I was told by my doctor that there's no possible cure for HIV/AIDS. I started taking my ARVs, My CD4 was 77 and the viral load was 112,450. I did research on a herbal remedy and I saw Dr. James Herbal mixed medicine, also I saw a lot of testimonials about him on how he uses His strong herbal mix medicine to cure HIV/AIDS and other illnesses. I contacted him and told him my problems, He told me not to be worried anymore that I will benefit and get cured of his herbal medicine for HIV/Aids. I never doubted Him because I believed I will be cured as nature has the power to cure all kinds of sickness when herbal medicine is being used in the right proportions. He prepared his herbal drink and sent it to me through Speed post courier service, and I took it for 3 weeks morning and evening in a quantity he told me, after that, I went for a check-up, and I was cured of HIV. His herbal mix medicine has NO SIDE EFFECT AND EASY TO DRINK, there's no special diet when taking Dr. James herbal mix medicine. He told me he got cures for diseases like Alzheimer's disease, Cancer, Bipolar disorder, Herpes, Hepatitis, Schizophrenia, Fibromyalgia. Dupuytren's disease, Neoplastic, Diabetes, Celiac disease, Cerebral Amyloid Antipathy, HPV, Weak Erection, Wart Remover. Ataxia, Arthritis, Amyotrophic Lateral Sclerosis, Adrenocortical carcinoma. Asthma, Allergic, Wart Remover, Melanoma, Parkinson, pectoral dermatitis, thyroid, HPV, ALS, KIDNEY DISEASES, SHINGLES. Pile, You can reach him on his Email address @ drjamesherbalmix@gmail.com
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