quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Platão

INTRODUÇÃO

Platão foi o primeiro filósofo a construir um corpo de obra substancial e que chegou até nós. Com Aristóteles, foi a mais importante influência da filosofia ocidental.

Nascido numa família ateniense nobre, Platão tinha parentesco com membros do governo aristocrático dos Trinta Tiranos (404-403 a.C.), mas se suas origens não o predispunham contra a democracia ateniense, o julgamento e a execução de seu mestre, Sócrates, em 399, certamente o fizeram. Platão, então com 30 anos, viajou possivelmente ao Egipto e mais tarde à Sicília, onde provavelmente conheceu a filosofia pitagórica.

Platão visitou a Sicília mais duas vezes para instruir o príncipe Dionísio, na esperança de produzir um soberano-filósofo, mas sem grande sucesso. Suas obras mais importantes são: Apologia; Fédon; A República; Leis. Escritos na forma de diálogos.

Platão observou que afirmações sobre coisas físicas envolvem sempre uma restrição. P. ex., não podemos dizer que um objecto é plenamente belo ou que uma pessoa é completamente corajosa. Eles serão sempre belos ou corajosos sob algum aspecto ou em algum grau, não atingindo o ideal da beleza ou da coragem. Mas se nada no mundo pode ser considerado verdadeiramente belo, como chegarmos ao ideal de beleza? E
o que todos os actos de coragem têm em comum? Platão responde a ambas as perguntas postulando a existência real da "ideia" ou "forma" de beleza, coragem e outros termos gerais. A ideia é o universal a que tais termos se referem. Um carvalho, p. ex., é um membro de uma classe particular de coisas - carvalhos - porque se assemelha a ideia eterna do carvalho. Esta ideia não pode ser observada com os sentidos, ela só pode ser alcançada através de uma espécie de visão intelectual. Esta é, em essência a teoria das ideias, pela qual Platão é mais lembrado.

Este trabalho abordará diversos assuntos sobre a História de Platão, onde começaremos a falar sobre o seu nascimento e a sua juventude.

VIDA
Platão nasceu em 427 a.C.. Era filho de Perectioné e Aríston, homem rico cuja genealogia remontava aos primórdios de Atenas. Aríston deu ao filho, a quem chamou de Arístocles, a melhor educação que se poderia dar a alguém naquela época. Platão - palavra que se utilizava para designar homens com ombros largos - foi a alcunha que Arístocles adquiriu, ainda novo, por causa da sua constituição física. Platão não teve esposa, nem deixou filhos.
No princípio dedicou-se à poesia, tendo posteriormente deixado o cultivo das musas para se entregar à Filosofia. Ainda jovem familiarizou-se com Crátilo, discípulo de Heraclito e, por seu intermédio, com a doutrina heraclitiana. Quando conheceu Sócrates (409 a.C.) tinha dezoito anos de idade. Acompanhou-o durante dez anos, até à sua morte em 399 a.C.
O processo e a condenação de Sócrates  - acusado de corromper a juventude e de não acreditar nos deuses da cidade - deixaram Platão profundamente abalado.  A partir dessa altura, não deixou de procurar ver em que medida poderia contribuir para melhorar a vida política e a constituição do estado. Deu-se conta que essa melhoria somente poderia ser efectuada através da Filosofia.
‘‘Vi que o género Humano não mais seria libertado do mal se antes não fossem ligados ao poder os verdadeiros filósofos, ou os regedores do estado não fossem tornados, por divina sorte, verdadeiramente filósofos.’’ (Platão, Carta VII).
Em risco de ser perseguido, por ser aluno de Sócrates, Platão viajou para o Egipto, para a Sicília e para a Itália. No Egipto aprendeu tudo sobre o relógio de água que  mais tarde  introduzido na Grécia. Em Itália conheceu o trabalho de Pitágoras e começou a apreciar o valor da Matemática.
Quando retornou a Atenas,  por volta de 387 a.c., Platão fundou uma escola denominada Academia à frente da qual se manteve até à sua morte, em 347 a.c.. Profundamente decepcionado com a sua própria experiência política, dedicou-se à educação dos jovens que iriam assumir cargos de governo no futuro e que, assim, seriam capazes de melhorar a liderança política das cidades da Grécia.
Platão é, não só um dos maiores Filósofos de todos os tempos, como um dos maiores escritores da História da Humanidade. Deixou cerca de trinta textos sob a forma de diálogo. Diálogos que não têm Platão como protagonista. Na maioria, é Sócrates que aparece como figura principal e pensa-se que, nos primeiros, Platão estará realmente a exprimir o pensamento do mestre.

OBRA
Houve um período na Idade Média em que quase todas as suas obras eram desconhecidas, mas, antes disso e depois da redescoberta de seus textos (Petrarca no século XIV tinha um manuscrito de Platão), ele foi lido e tomado como ponto de referência.
Todas as obras de Platão que eram conhecidos na antiguidade foram preservadas, com excepção da palestra sobre o bem, a partir do qual houve um pós-escrito de Aristóteles, se encontra perdida. Há também obras que foram distribuídas sob o nome de Platão, mas possivelmente ou definitivamente não são genuínas, elas também pertencem ao Corpus Platonicum (o conjunto das obras tradicionalmente atribuída a Platão), apesar de sua falsidade ser reconhecida mesmo nos tempos antigos. Um total de 47 obras são reconhecidas por terem sido escritas por Platão ou para o qual ele tomado como o autor.
O Corpus platonicum é constituído de diálogos (incluindo Crítias de final inacabado), a Apologia de Sócrates, uma colecção de 13 cartas e uma colecção de definições, o Horoi. Fora do corpus há uma colecção de dieresis, mais duas cartas, 32 epigramas e um fragmento de poema (7 hexâmetros) que com excepção de uma parte desses poemas, não são obras de Platão.
É importante notar que na Antiguidade, vários diálogos considerados como falsamente atribuídos a Platão eram considerados genuínos, e alguns desses fazem parte do Canon de Trásilo, um filósofo e astrólogo alexandrino que serviu na corte de Tibério. Trásilo organizou os Diálogos de modo sistemático em nove grupos, chamados de Tetralogias, cujos escritos foram aceitos como de Platão. Segundo Diógenes Laércio (III, 61), se encontravam na nona tetralogia "uma carta a Aristodemo [de fato a Aristodoro]" (X), duas a Arquitas (IX, XII), quatro a Dionísio II (I, II, III, IV), uma a Hérmias, Erastos e Coriscos (VI), uma a Leodamas (XI), uma a Dion (IV), uma a Perdicas (V) e duas aos parentes de Dion (VII, VIII)". Trásilo criou a seguinte organização:
1.      Eutífron
2.      Apologia
3.      Críton
4.      Fédon

1.      Parmênides
2.      Filebo
3.      O Banquete
4.      Fedro

1.      Teages
2.      Cármides
3.      Laques
4.      Lísis

1.      Crátilo
2.      Teeteto
3.      Sofista
4.      Político

1.      Alcibíades I
2.      Alcibíades II
3.      Hiparco
4.      Amantes Rivais

1.      Eutidemo
2.      Protágoras
3.      Górgias
4.      Mênon

1.      Hípias menor
2.      Hípias maior
3.      Íon
4.      Menexêno

1.      Clitofon
2.      A República
3.      Timeu
4.      Crítias

1.      Minos
2.      Leis
3.      Epínomis
4.      Epístolas

FORMA LITERÁRIA
Com excepção de Epístolas e Apologia todas as outras obras não foram escritas em forma de poemas didácticos ou tratados - como eram escritos a maioria dos escritos filosóficos, - mas em forma de diálogo, a Apologia contém passagens ocasionais de diálogos, onde há um personagem principal, Sócrates e diferentes interlocutores em debates filosóficos separados por inserções e discursos indirectos, digressões ou passagens mitológicas. Além disso, outros alunos de Sócrates como Xenofonte, Ésquines, Antístenes, Euclides de Megara e Fédon de Elis têm obras escritas na forma de diálogo socrático (Σωκρατικοὶ λόγοι Sokratikoì logoi).
Platão foi certamente o representante desse género literário muito superior a todos os outros e, mesmo, o único representante, pois comenta neles se pode reconhecer a natureza autêntica do filosofar socrático que nos outros escritores degenerou em maneirismos; assim, o diálogo, em Platão é muito mais que um género literário, é sua forma de fazer filosofia. Nem todos os trabalhos no Corpus de Platão são diálogos. A Apologia parece ser o relatório da defesa de Sócrates e seu julgamento, e Menêxeno é um pronunciamento para funeral. As treze cartas são ditas serem de Platão mas a maioria são rejeitadas pelos pesquisadores modernos como sendo ilegítimas. A Sétima Carta ou Carta VII é uma das mais importantes cuja disputa permanece por dois motivos: (a) oferece detalhes biográficos de Platão e (b) coloca afirmações filosóficas sem paralelos em outros diálogos. Provavelmente a Sétima Carta é uma obra ilegítima e portanto não é uma fonte confiável para a biografia e filosofia de Platão.
CRONOLOGIA
A questão da cronologia ainda continua a gerar opiniões conflituantes. Análises estilométricas dos diálogos demonstram que eles podem ser agrupados em três categorias definidas como obras do período Inicial, Médio e Tardio, embora exista este consenso comum, não há nenhum consenso sobre a ordem que as obras devem figurar em seus respectivos grupos. Outro método usado para determinar a ordem cronológica dos diálogos se baseia na conexão entre os vários trabalhos. Os estudiosos têm usado a evidência de pontos de vista filosóficos similares nos diálogos para sugerir uma ordem cronológica interna. As referências textuais dentro dos diálogos também ajudam a construir uma cronologia, ainda há pouquíssimos casos de um diálogo se referir a outro. Finalmente, a cronologia pode ser determinada a partir do testemunho de fontes antigas.
Para Reale, os três grandes pontos focais da filosofia de Platão são a Teoria das Ideias, dos Princípios e do Demiurgo. A obra Fédon engloba todo o quadro da metafísica platônica e enfatiza essas três teorias, mas Platão advertiu os leitores de sua obra sobre a dificuldade existente em compreende-las.


CONCLUSÃO
Levando em conta a informação anteriormente apresentada chegou-se a concluir que Platão, importante filósofo grego, valorizava os métodos de debate e conversação como formas de alcançar o conhecimento.
Para ele, os alunos deveriam descobrir as coisas superando os problemas impostos pela vida. A educação deveria funcionar como forma de desenvolver o homem moral. A educação deveria dedicar esforços para o desenvolvimento intelectual e físico dos alunos.
Platão nasceu em Atenas, em 427 a.C. e morreu em 347 a.C.
É um dos principais pensadores gregos, pois influenciou profundamente a filosofia ocidental.
Começou seus trabalhos filosóficos após estabelecer contacto com Sócrates, outro importante pensador grego.
Vários diálogos considerados como falsamente atribuídos a Platão eram considerados genuínos, fazendo com que Platão fosse considerado como alguém muito superior aos outros escritores daquela época.


BIBLIOGRAFIA
CHAUI, Marilena – Iniciação à Filosofia; Ed. Ática, 2009.
LAW, Stephen – Guia Ilustrado Zahar de Filosofia; Ed. Zahar, 2008.
MAGEE, Bryan. História da Filosofia. [S.l.]: Loyola, 1999. p. 24.



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