INTRODUÇÃO
Platão foi o primeiro filósofo a construir um corpo de
obra substancial e que chegou até nós. Com Aristóteles, foi a mais importante
influência da filosofia ocidental.
Nascido numa família ateniense nobre, Platão tinha
parentesco com membros do governo aristocrático dos Trinta Tiranos (404-403
a.C.), mas se suas origens não o predispunham contra a democracia ateniense, o
julgamento e a execução de seu mestre, Sócrates, em 399, certamente o fizeram.
Platão, então com 30 anos, viajou possivelmente ao Egipto e mais tarde à Sicília,
onde provavelmente conheceu a filosofia pitagórica.
Platão visitou a Sicília mais duas vezes para instruir
o príncipe Dionísio, na esperança de produzir um soberano-filósofo, mas sem
grande sucesso. Suas obras mais importantes são: Apologia; Fédon; A República;
Leis. Escritos na forma de diálogos.
Platão observou que afirmações sobre coisas físicas
envolvem sempre uma restrição. P. ex., não podemos dizer que um objecto é
plenamente belo ou que uma pessoa é completamente corajosa. Eles serão sempre
belos ou corajosos sob algum aspecto ou em algum grau, não atingindo o ideal da
beleza ou da coragem. Mas se nada no mundo pode ser considerado verdadeiramente
belo, como chegarmos ao ideal de beleza? E
o que todos os actos de coragem têm
em comum? Platão responde a ambas as perguntas postulando a existência real da
"ideia" ou "forma" de beleza, coragem e outros termos
gerais. A ideia é o universal a que tais termos se referem. Um carvalho, p.
ex., é um membro de uma classe particular de coisas - carvalhos - porque se
assemelha a ideia eterna do carvalho. Esta ideia não pode ser observada com os
sentidos, ela só pode ser alcançada através de uma espécie de visão
intelectual. Esta é, em essência a teoria das ideias, pela qual Platão é mais
lembrado.
Este trabalho abordará diversos assuntos sobre a História de Platão, onde
começaremos a falar sobre o seu nascimento e a sua juventude.
VIDA
Platão nasceu em 427 a.C.. Era filho
de Perectioné e Aríston, homem rico cuja genealogia remontava aos primórdios de
Atenas. Aríston deu ao filho, a quem chamou de Arístocles, a melhor educação
que se poderia dar a alguém naquela época. Platão - palavra que se utilizava
para designar homens com ombros largos - foi a alcunha que Arístocles adquiriu,
ainda novo, por causa da sua constituição física. Platão não teve esposa, nem
deixou filhos.
No princípio dedicou-se à poesia,
tendo posteriormente deixado o cultivo das musas para se entregar à Filosofia.
Ainda jovem familiarizou-se com Crátilo, discípulo de Heraclito e, por seu
intermédio, com a doutrina heraclitiana. Quando conheceu Sócrates (409 a.C.)
tinha dezoito anos de idade. Acompanhou-o durante dez anos, até à sua morte em
399 a.C.
O processo e a condenação de
Sócrates - acusado de corromper a juventude e de não acreditar nos deuses
da cidade - deixaram Platão profundamente abalado. A partir dessa altura,
não deixou de procurar ver em que medida poderia contribuir para melhorar a
vida política e a constituição do estado. Deu-se conta que essa melhoria
somente poderia ser efectuada através da Filosofia.
‘‘Vi que o género Humano não mais
seria libertado do mal se antes não fossem ligados ao poder os verdadeiros
filósofos, ou os regedores do estado não fossem tornados, por divina sorte,
verdadeiramente filósofos.’’ (Platão, Carta
VII).
Em risco de ser perseguido, por ser
aluno de Sócrates, Platão viajou para o Egipto, para a Sicília e para a Itália.
No Egipto aprendeu tudo sobre o relógio de água que mais tarde introduzido
na Grécia. Em Itália conheceu o trabalho de Pitágoras e começou a apreciar o
valor da Matemática.
Quando retornou a Atenas, por
volta de 387 a.c., Platão fundou uma escola denominada Academia à frente da
qual se manteve até à sua morte, em 347 a.c.. Profundamente decepcionado com a
sua própria experiência política, dedicou-se à educação dos jovens que iriam
assumir cargos de governo no futuro e que, assim, seriam capazes de melhorar a
liderança política das cidades da Grécia.
Platão é, não só um dos maiores
Filósofos de todos os tempos, como um dos maiores escritores da História da
Humanidade. Deixou cerca de trinta textos sob a forma de diálogo. Diálogos
que não têm Platão como protagonista. Na maioria, é Sócrates que aparece como
figura principal e pensa-se que, nos primeiros, Platão estará realmente a exprimir
o pensamento do mestre.
OBRA
Houve um
período na Idade Média em que quase todas as suas obras
eram desconhecidas, mas, antes disso e depois da redescoberta de seus textos
(Petrarca no século XIV tinha um manuscrito de Platão), ele
foi lido e tomado como ponto de referência.
Todas as
obras de Platão que eram conhecidos na antiguidade foram preservadas, com excepção
da palestra sobre o bem, a partir do qual houve um pós-escrito de Aristóteles,
se encontra perdida. Há também obras que foram distribuídas sob o nome de
Platão, mas possivelmente ou definitivamente não são genuínas, elas também
pertencem ao Corpus Platonicum (o conjunto das obras tradicionalmente
atribuída a Platão), apesar de sua falsidade ser reconhecida mesmo nos tempos
antigos. Um total de 47 obras são reconhecidas por terem sido escritas por
Platão ou para o qual ele tomado como o autor.
O Corpus
platonicum é constituído de diálogos (incluindo Crítias de final inacabado), a Apologia de Sócrates, uma colecção de 13 cartas e uma
colecção de definições, o Horoi. Fora do corpus há uma colecção
de dieresis, mais duas cartas, 32 epigramas e um fragmento de poema (7
hexâmetros) que com excepção de uma parte desses poemas, não são obras de
Platão.
É importante
notar que na Antiguidade, vários diálogos considerados como falsamente atribuídos
a Platão eram considerados genuínos, e alguns desses fazem parte do Canon
de Trásilo, um filósofo e astrólogo alexandrino que serviu na corte de Tibério.
Trásilo organizou os Diálogos de modo sistemático em nove grupos, chamados de
Tetralogias, cujos escritos foram aceitos como de Platão. Segundo
Diógenes Laércio (III, 61), se encontravam na nona tetralogia "uma carta a
Aristodemo [de fato a Aristodoro]" (X), duas a Arquitas (IX, XII), quatro
a Dionísio II (I, II, III, IV), uma a Hérmias, Erastos e Coriscos (VI), uma a
Leodamas (XI), uma a Dion (IV), uma a Perdicas (V) e duas aos parentes de Dion
(VII, VIII)". Trásilo criou a seguinte organização:
1.
Eutífron
2.
Apologia
3.
Críton
4.
Fédon
|
1.
Parmênides
2.
Filebo
3.
O Banquete
4.
Fedro
|
1.
Teages
2.
Cármides
3.
Laques
4.
Lísis
|
1.
Crátilo
2.
Teeteto
3.
Sofista
4.
Político
|
1.
Alcibíades I
2.
Alcibíades II
3.
Hiparco
4.
Amantes Rivais
|
1.
Eutidemo
2.
Protágoras
3.
Górgias
4.
Mênon
|
1.
Hípias menor
2.
Hípias maior
3.
Íon
4.
Menexêno
|
1.
Clitofon
2.
A República
3.
Timeu
4.
Crítias
|
1.
Minos
2.
Leis
3.
Epínomis
4.
Epístolas
|
FORMA
LITERÁRIA
Com excepção de Epístolas e Apologia
todas as outras obras não foram escritas em forma de poemas didácticos ou
tratados - como eram escritos a maioria dos escritos filosóficos, - mas em
forma de diálogo, a Apologia contém passagens ocasionais de diálogos,
onde há um personagem principal, Sócrates e diferentes interlocutores em
debates filosóficos separados por inserções e discursos indirectos, digressões
ou passagens mitológicas. Além disso, outros alunos de Sócrates como Xenofonte, Ésquines, Antístenes, Euclides de Megara e Fédon de Elis têm obras escritas na forma de diálogo
socrático (Σωκρατικοὶ λόγοι Sokratikoì logoi).
Platão foi certamente o
representante desse género literário muito superior a todos os outros e, mesmo,
o único representante, pois comenta neles se pode reconhecer a natureza
autêntica do filosofar socrático que nos outros escritores degenerou em
maneirismos; assim, o diálogo, em Platão é muito mais que um género literário,
é sua forma de fazer filosofia. Nem todos os trabalhos no Corpus de
Platão são diálogos. A Apologia parece ser o relatório da defesa de Sócrates e seu julgamento, e Menêxeno é um
pronunciamento para funeral. As treze cartas são ditas serem de Platão mas a
maioria são rejeitadas pelos pesquisadores modernos como sendo ilegítimas. A Sétima
Carta ou Carta VII é uma das mais importantes cuja disputa permanece
por dois motivos: (a) oferece detalhes biográficos de Platão e (b) coloca
afirmações filosóficas sem paralelos em outros diálogos. Provavelmente a Sétima
Carta é uma obra ilegítima e portanto não é uma fonte confiável para a
biografia e filosofia de Platão.
CRONOLOGIA
A questão da cronologia ainda
continua a gerar opiniões conflituantes. Análises estilométricas dos diálogos
demonstram que eles podem ser agrupados em três categorias definidas como obras
do período Inicial, Médio e Tardio, embora exista este consenso comum, não há
nenhum consenso sobre a ordem que as obras devem figurar em seus respectivos
grupos. Outro método usado para determinar a ordem cronológica dos diálogos se
baseia na conexão entre os vários trabalhos. Os estudiosos têm usado a
evidência de pontos de vista filosóficos similares nos diálogos para sugerir
uma ordem cronológica interna. As referências textuais dentro dos diálogos
também ajudam a construir uma cronologia, ainda há pouquíssimos casos de um
diálogo se referir a outro. Finalmente, a cronologia pode ser determinada a
partir do testemunho de fontes antigas.
Para Reale, os três grandes pontos focais da filosofia de Platão
são a Teoria das Ideias, dos Princípios e do Demiurgo. A
obra Fédon engloba todo o quadro da metafísica platônica e
enfatiza essas três teorias, mas Platão advertiu os leitores de sua obra sobre
a dificuldade existente em compreende-las.
CONCLUSÃO
Levando em conta a informação
anteriormente apresentada chegou-se a concluir que Platão, importante filósofo
grego, valorizava os métodos de debate e conversação como formas de alcançar o
conhecimento.
Para ele, os alunos deveriam
descobrir as coisas superando os problemas impostos pela vida. A educação
deveria funcionar como forma de desenvolver o homem moral. A educação deveria
dedicar esforços para o desenvolvimento intelectual e físico dos alunos.
Platão nasceu em Atenas, em 427 a.C.
e morreu em 347 a.C.
É um dos principais pensadores
gregos, pois influenciou profundamente a filosofia ocidental.
Começou seus trabalhos filosóficos
após estabelecer contacto com Sócrates, outro importante pensador grego.
Vários diálogos considerados como
falsamente atribuídos a Platão eram considerados genuínos, fazendo com que
Platão fosse considerado como alguém muito superior aos outros escritores
daquela época.
BIBLIOGRAFIA
SANTOS, Bento
Silva. A Imortalidade De Alma No Fédon De
Platão: Coerência E Legitimidade Do Argumento Final
(102a-107b). [S.l.]: EDIPUCRS.
CHAUI, Marilena – Iniciação
à Filosofia; Ed. Ática, 2009.
LAW, Stephen – Guia
Ilustrado Zahar de Filosofia; Ed. Zahar, 2008.
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