Introdução
Na sociedade actual a competência leitora
é uma das mais importantes competências cognitivas e comunicativas. A leitura é
o “veículo” que permite o acesso a todos os outros saberes, quem não tiver um
nível aceitável de literacia não poderá acompanhar a rápida evolução dos
conhecimentos científicos e tecnológicos, a sua vida profissional e pessoal
será seriamente prejudicada, correndo sérios riscos de marginalização.
Até há poucos anos a origem
desta dificuldade era desconhecida, era uma incapacidade invisível, um
mistério, que gerou mitos e preconceitos estigmatizando as crianças, os jovens
e os adultos que a não conseguiam ultrapassar.
Contrariamente à linguagem oral, a
aprendizagem da leitura não emerge naturalmente, necessita de ser ensinada
explicitamente. Quando as crianças iniciam a escolaridade as expectativas de
todos os intervenientes envolvidos no processo de aprendizagem são enormes. A
grande maioria das crianças realiza esta aprendizagem sem esforço e com prazer,
porém, cerca de 5 a 10 por cento, manifestam dificuldades inesperadas e
persistentes que geram sentimentos de surpresa, incompreensão e sofrimento.
A tomada de consciência desta
dificuldade, inesperada e incompreensível, incentivou a realização de inúmeras
investigações com o objectivo de encontrar uma explicação cognitiva e
neurocientífica para os processos mentais envolvidos na aprendizagem da leitura
e da escrita.
Perturbações
da expressão escrita
Mais raramente diagnosticada isoladamente
de outras perturbações de aprendizagem específicas, a perturbação da escrita ou
dificuldade de aprendizagem da escrita, também conhecida por disgrafia e
disortografia, caracteriza - se, genericamente, pela produção de textos
escritos com erros gramaticais ou de pontuação, organização pobre dos
parágrafos, erros ortográficos diversificados e grafia muito pobre.