Área
Sociocultural
A área sociocultural
é um conceito desenvolvido na antropologia norte-americana da primeira metade
do século XX definido como áreas em que se encontram culturas similares, corresponde
à conjuntos de elementos ou traços culturais típicos uma
região (área), com uma
actividade humana relativamente homogénea ou um complexo de actividades
(cultura) comuns entre si.
O estudo comparativo das populações indígenas durante
muito tempo se baseou na observação e registro da ocorrência e distribuição de
traços culturais, tomados isoladamente ou agrupados em homogeneidades, que
formam os denominados complexos culturais, organizados, por sua vez, em suas
distintas formas ou padrões.
A distribuição de padrões de vida similares numa
região dada constitui uma área cultural. Eduardo Galvão destaca ainda, nessa delimitação de área constituída
pela articulação entre os espaços geográficos e sócio culturais susceptíveis de
serem conhecidos, a relação dos grupos indígenas entre si e com a sociedade
inclusiva.
É a possibilidade do desenvolvimento de estudos
comparativos o que justifica, segundo Galvão, a utilização desse critério
arbitrário (que pouco interessa à óptica do entendimento em si por cada um dos
povos classificados).
Desenvolvimento
Para determinar suas origens ou os "círculos
culturais" se fundamentavam nos princípios da teoria que ficou conhecida
como difusionismo.
Diante de tais contribuições e das dificuldades de
aplicação do conceito de “área cultural”, sobretudo entre os povos onde as
diferenças geográficas se superpõem à estratificação em classes, como nos
agrupamentos euro-americanos, desenvolveu-se o conceito de área sociocultural
como um momento congelado da história e, posteriormente em sentido dinâmico, o
que se aproxima do conceito de círculo cultural. Esta concepção “diacrónica”
não se limita a fins puramente descritivos da distribuição geográfica dos elementos
de um complexo cultural e considera a possibilidade de identificar a história
do desenvolvimento cultural, como pretendido na proposição de difusão no
“círculo cultural”.
O conceito é criticado por alguns, como vimos, que
afirmam que a base para a classificação é arbitrária e que finda por atrapalhar
o entendimento da estrutura da cultura na sua autodefinição. Contudo, outros
pesquisadores discordam justificando que a organização das comunidades humanas
em áreas culturais continua a ser uma prática comum nas ciências sociais.
A definição de áreas socioculturais está desfrutando
um ressurgimento de interesse prático e teórico para os cientistas sociais
conduzirem pesquisas sobre os processos da globalização cultural. Outra
aplicação recente é a definição de áreas onde, mediante semelhanças, se possa
aglutinar a demanda fundiária indígena para que possa ser considerada e atendida por órgãos
governamentais juntamente com outras demandas do reconhecimento de sua
cidadania (saúde, educação, saneamento, etc.) e respeito à sua anterior
ocupação do território.
Choque
Cultural
É
um estado de isolamento social, ansiedade e depressão que acontece devido à
dificuldade da pessoa em se adaptar à uma nova e diferente realidade cultural
que ocorre quando muda para uma outra cultura que não a sua, ou
quando fica muito tempo fora de sua cultura original e volta à ela.
Esse
tipo de problema costuma ser frequente entre migrantes e imigrantes, mas pode
também ocorrer quando as circunstâncias de vida ou de regime político mudam
radicalmente dentro da mesma sociedade. Imediatamente após o contacto com a
cultura diferente a pessoa pode experimentar um estresse pequeno e, durante
algum tempo, até desfrutar de certos aspectos da nova cultura.
Com
a manutenção da situação por mais tempo pode haver um agravamento do estresse
psicológico. Os sintomas e sinais associados com este estresse variam de uma
pessoa para outra, mas costuma ser representado por ansiedade, alterações do
humor e/ou do comportamento. Este estado de choque cultural costuma se resolver em alguns meses
ou, no máximo, em dois anos. Algumas vezes pode evoluir para um transtorno
psiquiátrico mais sério e com severo prejuízo do processo de ajustamento
cultural.
Alguns autores sistematizam a evolução do choque
cultural em quatro fases:
Ø Primeira fase:
É uma fase habitualmente curta, digamos as primeiras duas a três semanas
e constitui um período de euforia (ou encantamento) que tem a ver com a
emoção da viagem, da nova terra e das novas pessoas. É o que geralmente
acontece quando se vai de férias para um lugar novo.
Ø Segunda Fase:
É a fase do choque e, agora, aquilo que era interessante e encantador já não
parece tão interessante nem tão encantador. É quando começa a vida real no novo
ambiente.
Ø Terceira Fase: Inicia-se
quando o indivíduo estrangeiro aprendeu gradualmente a funcionar nas novas
condições e nas novas regras, adoptando e compreendendo alguns valores e normas
locais, adquire confiança em si próprio e finalmente se integra na nova rede
social.
Ø Quarta Fase:
Constitui o estado de estabilidade mental que acaba por ser alcançado. Contudo,
os sentimentos podem permanecer negativos em comparação com a cultura de origem
da pessoa, mas ela pode sentir-se tão bem como anteriormente e neste caso,
pode considerar-se que se atingiu uma adaptação bicultural. Pode mesmo dar-se o
caso da pessoa se sentir ainda melhor no novo ambiente e adaptar-se totalmente
ao modo de vida dos anfitriões.
Nestas situações pode colocar-se dúvidas
quanto ao seu regresso tal como na fase 4ª se coloca a hipótese de repatriação
por inadaptação, do próprio ou da família.
Em termos de migração ou emigração para
trabalho, o choque cultural e toda a sintomatologia física que o acompanha pode
mesmo atingir uma intensidade que leve à repatriação e muitas empresas têm
experiências deste tipo. Não obstante, muitos regressos expatriados sucumbiram
à pressão dos conjugues ou à inadaptação dos mesmos ao novo ambiente ou à nova
situação de separação.
A expressão "luto cultural"
pode significar uma condição, na qual a pessoa que sofre não sofre apenas
devido ao esforço de se ajustar às circunstâncias de uma nova cultura mas,
sobretudo, ao se dar conta da perda da cultura anterior.
O
choque cultural surge quando tentamos se adaptar a uma nova cultura e ambiente
social. Estando ciente de que se está experimentando um novo capítulo de sua
vida pode ajudá-lo a se adaptar com o novo lar. Os sentimentos mais comuns para
aqueles recém-chegados incluem insegurança, timidez e ansiedade, saudade da
comida de casa e além de tudo isso ainda tem a barreira da língua estrangeira.
Fique tranquilo pois isso é normal e quando se acostumar com toda essa
novidade, perceberá que está adorando sua nova vida.
Não
é fácil se adaptar a uma nova cultura e modo de vida, mas se continuarmos
confiantes, abertos e dispostos a pedir ajuda, então veremos que viver no
exterior pode ser a experiência mais gratificante de nossa vida embora
apresente uma cultura diferente às nossas em vários aspectos.
Conclusão
Tendo em conta a matéria
acima abordada, área sociocultural, conclui-se que ela corresponde à conjuntos de elementos ou traços
culturais típicos uma região com uma
actividade humana relativamente homogénea ou um complexo de actividades comuns
entre si
A definição de áreas socioculturais está desfrutando
um ressurgimento de interesse prático e teórico para os cientistas sociais
conduzirem pesquisas sobre os processos da globalização cultural.
Concluiu-se também que choque cultural É um estado de
isolamento social, ansiedade e depressão que acontece devido à dificuldade da
pessoa em se adaptar à uma nova e diferente realidade cultural que ocorre
quando muda para uma outra cultura que não a sua, ou quando fica
muito tempo fora de sua cultura original e volta à ela.
Bibliografia
Brown Nina Friedrich Ratzel, Clark Wissler, and Carl Sauer: Culture Area
Research and Mapping CSISS Classics.
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