terça-feira, 24 de junho de 2014

Área Sociocultural e Choque Cultural



Área Sociocultural
A área sociocultural é um conceito desenvolvido na antropologia norte-americana da primeira metade do século XX definido como áreas em que se encontram culturas similares, corresponde à conjuntos de elementos ou traços culturais típicos uma
região (área), com uma actividade humana relativamente homogénea ou um complexo de actividades (cultura) comuns entre si.
O estudo comparativo das populações indígenas durante muito tempo se baseou na observação e registro da ocorrência e distribuição de traços culturais, tomados isoladamente ou agrupados em homogeneidades, que formam os denominados complexos culturais, organizados, por sua vez, em suas distintas formas ou padrões.
A distribuição de padrões de vida similares numa região dada constitui uma área cultural. Eduardo Galvão destaca ainda, nessa delimitação de área constituída pela articulação entre os espaços geográficos e sócio culturais susceptíveis de serem conhecidos, a relação dos grupos indígenas entre si e com a sociedade inclusiva.
É a possibilidade do desenvolvimento de estudos comparativos o que justifica, segundo Galvão, a utilização desse critério arbitrário (que pouco interessa à óptica do entendimento em si por cada um dos povos classificados).
Desenvolvimento
Para determinar suas origens ou os "círculos culturais" se fundamentavam nos princípios da teoria que ficou conhecida como difusionismo.
Diante de tais contribuições e das dificuldades de aplicação do conceito de “área cultural”, sobretudo entre os povos onde as diferenças geográficas se superpõem à estratificação em classes, como nos agrupamentos euro-americanos, desenvolveu-se o conceito de área sociocultural como um momento congelado da história e, posteriormente em sentido dinâmico, o que se aproxima do conceito de círculo cultural. Esta concepção “diacrónica” não se limita a fins puramente descritivos da distribuição geográfica dos elementos de um complexo cultural e considera a possibilidade de identificar a história do desenvolvimento cultural, como pretendido na proposição de difusão no “círculo cultural”.
O conceito é criticado por alguns, como vimos, que afirmam que a base para a classificação é arbitrária e que finda por atrapalhar o entendimento da estrutura da cultura na sua autodefinição. Contudo, outros pesquisadores discordam justificando que a organização das comunidades humanas em áreas culturais continua a ser uma prática comum nas ciências sociais.
A definição de áreas socioculturais está desfrutando um ressurgimento de interesse prático e teórico para os cientistas sociais conduzirem pesquisas sobre os processos da globalização cultural. Outra aplicação recente é a definição de áreas onde, mediante semelhanças, se possa aglutinar a demanda fundiária indígena para que possa ser considerada e atendida por órgãos governamentais juntamente com outras demandas do reconhecimento de sua cidadania (saúde, educação, saneamento, etc.) e respeito à sua anterior ocupação do território.
Choque Cultural
É um estado de isolamento social, ansiedade e depressão que acontece devido à dificuldade da pessoa em se adaptar à uma nova e diferente realidade cultural que ocorre quando muda para uma outra cultura que não a sua, ou quando fica muito tempo fora de sua cultura original e volta à ela.
Esse tipo de problema costuma ser frequente entre migrantes e imigrantes, mas pode também ocorrer quando as circunstâncias de vida ou de regime político mudam radicalmente dentro da mesma sociedade. Imediatamente após o contacto com a cultura diferente a pessoa pode experimentar um estresse pequeno e, durante algum tempo, até desfrutar de certos aspectos da nova cultura.
Com a manutenção da situação por mais tempo pode haver um agravamento do estresse psicológico. Os sintomas e sinais associados com este estresse variam de uma pessoa para outra, mas costuma ser representado por ansiedade, alterações do humor e/ou do comportamento. Este estado de choque cultural costuma se resolver em alguns meses ou, no máximo, em dois anos. Algumas vezes pode evoluir para um transtorno psiquiátrico mais sério e com severo prejuízo do processo de ajustamento cultural.
Alguns autores sistematizam a evolução do choque cultural em quatro fases:
Ø  Primeira fase: É uma fase habitualmente curta, digamos as primeiras duas a três semanas e constitui um período de euforia (ou encantamento) que tem a ver com a emoção da viagem, da nova terra e das novas pessoas. É o que geralmente acontece quando se vai de férias para um lugar novo.
Ø  Segunda Fase: É a fase do choque e, agora, aquilo que era interessante e encantador já não parece tão interessante nem tão encantador. É quando começa a vida real no novo ambiente.
Ø  Terceira Fase: Inicia-se quando o indivíduo estrangeiro aprendeu gradualmente a funcionar nas novas condições e nas novas regras, adoptando e compreendendo alguns valores e normas locais, adquire confiança em si próprio e finalmente se integra na nova rede social.
Ø  Quarta Fase: Constitui o estado de estabilidade mental que acaba por ser alcançado. Contudo, os sentimentos podem permanecer negativos em comparação com a cultura de origem da pessoa, mas ela pode sentir-se tão bem como anteriormente e neste caso, pode considerar-se que se atingiu uma adaptação bicultural. Pode mesmo dar-se o caso da pessoa se sentir ainda melhor no novo ambiente e adaptar-se totalmente ao modo de vida dos anfitriões.
    Nestas situações pode colocar-se dúvidas quanto ao seu regresso tal como na fase 4ª se coloca a hipótese de repatriação por inadaptação, do próprio ou da família.
     Em termos de migração ou emigração para trabalho, o choque cultural e toda a sintomatologia física que o acompanha pode mesmo atingir uma intensidade que leve à repatriação e muitas empresas têm experiências deste tipo. Não obstante, muitos regressos expatriados sucumbiram à pressão dos conjugues ou à inadaptação dos mesmos ao novo ambiente ou à nova situação de separação.
     A expressão "luto cultural" pode significar uma condição, na qual a pessoa que sofre não sofre apenas devido ao esforço de se ajustar às circunstâncias de uma nova cultura mas, sobretudo, ao se dar conta da perda da cultura anterior.
O choque cultural surge quando tentamos se adaptar a uma nova cultura e ambiente social. Estando ciente de que se está experimentando um novo capítulo de sua vida pode ajudá-lo a se adaptar com o novo lar. Os sentimentos mais comuns para aqueles recém-chegados incluem insegurança, timidez e ansiedade, saudade da comida de casa e além de tudo isso ainda tem a barreira da língua estrangeira. Fique tranquilo pois isso é normal e quando se acostumar com toda essa novidade, perceberá que está adorando sua nova vida. 
Não é fácil se adaptar a uma nova cultura e modo de vida, mas se continuarmos confiantes, abertos e dispostos a pedir ajuda, então veremos que viver no exterior pode ser a experiência mais gratificante de nossa vida embora apresente uma cultura diferente às nossas em vários aspectos.

Conclusão
Tendo em conta a matéria acima abordada, área sociocultural, conclui-se que ela corresponde à conjuntos de elementos ou traços culturais típicos uma região com uma actividade humana relativamente homogénea ou um complexo de actividades comuns entre si
A definição de áreas socioculturais está desfrutando um ressurgimento de interesse prático e teórico para os cientistas sociais conduzirem pesquisas sobre os processos da globalização cultural.
Concluiu-se também que choque cultural É um estado de isolamento social, ansiedade e depressão que acontece devido à dificuldade da pessoa em se adaptar à uma nova e diferente realidade cultural que ocorre quando muda para uma outra cultura que não a sua, ou quando fica muito tempo fora de sua cultura original e volta à ela.

  


Bibliografia

Brown Nina Friedrich Ratzel, Clark Wissler, and Carl Sauer: Culture Area Research and Mapping CSISS Classics.
Flannery, Regina. John Montgomery Cooper, 1881-1949 Wiley online Library Jul. 2011.

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