terça-feira, 24 de junho de 2014

Toponímia



Introdução
Com o passar dos anos e o país transformado em canteiro de obras bem como pelo facto de se estar a fazer um esforço para se tornar o país um lugar melhor para se viver, urge
a necessidade de se organizarem os bairros de modo a que estes tenham ou passem a ter uma denominação e que a mesma seja conhecida não apenas pelas autoridades locais (comissão de moradores, sobas, etc) mas também por outras, para que se possa preservar a história dos próprios bairros e distribuir ou fornecer melhor os serviços básicos à população.
Tendo em vista esta necessidade viu-se este trabalho como uma oportunidade de dar o nosso contributo embora que, ínfimo, no campo da criação de documentos relacionados à história da formação dos bairros.
Espera-se que estas páginas sirvam para elucidar algumas questões sobre o Bairro Kapalanga.

Toponímia: conceitos
É o estudo dos nomes próprios de lugares da sua origem e evolução.  É também definida como o estudo etimológico dos nomes de lugares.
Do grego Topos ‘‘lugar’’ e nymia ‘‘nome’’, significando, portanto, nome de lugar é a divisão da onomástica que estuda os topónimos, ou seja, nomes próprios de lugares, da sua origem e evolução, é considerada uma parte Linguística, com fortes ligações com a História, Arquitectura e a Geografia.
Kapalanga: origem toponímica
O bairro tem esta denominação pelo facto de o primeiro morador se ter chamado Epalanga sendo o mesmo trabalhador numa serração na zona do pólo industrial de Viana na categoria de guarda, tendo falecido em meados de 1985 como consequência de uma picada de cobra, em sua homenagem o bairro passou a ser chamado de Kapalanga que não é propriamente o nome do primeiro morador pois achou-se que o bairro ser chamado de Epalanga não seria um nome muito sonante ou apelativo tendo-se por isso retirado a inicial do nome ‘‘E’’ substituído pelo prefixo ‘‘Ka’’ em Kimbundu passando o bairro a ser conhecido e chamado de Kapalanga.
A prior o bairro era constituído apenas por lavras tendo mais tarde surgido uma unidade militar chamada ‘‘Onças das Montanhas’’ comandada por Kundi Payama e os homens que compunham esta unidade eram na sua maioria da província do Kunene.
O bairro é habitado por pessoas de várias etnias com maior incidência para os provenientes do Kunene, Huambo, Benguela, Bié, Malanje, Kwanza-Norte, etc.
Em relação aos limites geográficos, o bairro faz fronteira com o município de Cacuaco (Norte), a estrada nacional 230 (Sul), a via Expressa (Este) e com a Caop B (Oeste).
Outras informações sobre o bairro
O bairro tem presenciado crescimento nas mais variadas áreas, a saber: educação, saúde, saneamento, transportes, etc.
Educação: conta com quatro escolas primárias, uma do primeiro ciclo e uma do segundo ciclo, dezasseis escolas comparticipadas, uma universidade (Piaget).
Saúde: nesta área o bairro conta com um hospital municipal, um hospital das madres (Eusébio), onze postos médicos e inúmeras farmácias.
Saneamento: está ao dispor da população uma operadora (SGO) que com muita dificuldade faz a recolha do lixo.
Transporte: são várias as empresas de transporte que operam no município facilitando de que maneira a vida dos moradores principalmente daqueles que levantam-se cedo e têm como destino a baixa de Luanda e arredores.
As transportadoras são:
Ø  SGO;
Ø  TURA e;
Ø  MACON.
Pelo bairro passa a linha férrea e temos a felicidades de ter uma estação (do Kapalanga).

                                                                                                                                                                                                                      
Conclusões e Recomendações
Conclui-se que o bairro Kapalanga é um bairro em ascensão pois vêm-se novos moradores mudando-se para o mesmo todos os dias e pelo facto de que há e continuam-se a revidar esforços para proporcionar o essencial aos moradores nos sectores da saúde, educação, emprego, segurança, transportes, saneamento, energia, etc.
Recomenda-se, porém, à comissão de moradores e administração do município que se façam esforços para desenvolver projectos no âmbito da toponímia pois todos os dias são atribuídos nomes a certas localidades e muitas vezes, para não dizer maior parte das vezes, não são do conhecimento das entidades mencionadas acima, e, meso por ocasião da investigação para a feitura deste trabalho nos deparamos com este problema, ou seja, algumas pessoas não tinham conhecimento sobre a origem do nome do bairro em causa e outras davam informações muito vagas. Reforça-se mais uma vez a necessidade de existir uma área que seja capaz e esteja disponível para atender a questões ou investigações deste cunho.

Bibliografia
FAURE, Roberto. Números de Dicionário Geográficos étnicos e do mundo - Madrid: Espasa, 2004.
SAMPAIO DE ANDRADE, António - Dicionário Corográfico de Portugal Contemporâneo. Porto: Livraria Figueirinhas, 1944.
NETO, Francisco (Presidente da Comissão de Moradores) – Entrevista.

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